Arquivo da categoria: Meio Ambiente

O Artificialismo – A Melhor Forma de Proteger o Ambiente Natural

Segundo, The Wall Street Journal, uma onda de tempo ruim – seca nos Estados Unidos, verão quente demais na Rússia, muita chuva no Brasil – está prejudicando a cadeia de produção de alimentos e aumentando preços ao redor do mundo. A FAO, órgão das Nações Unidas para alimentos e agricultura, anunciou ontem que seu índice para preços de alimentos subiu 6% no mês passado, a maior alta desde novembro de 2009.

Atualmente somos 7 bilhões de habitantes no planeta e, segundo estimativa de ONU, passaremos para 8 bilhões em doze anos. Parece claro que, para alimentar uma população humana crescente, os recursos naturais necessários serão enormes. O poder aquisitivo das populações menos favorecidas também crescerá neste período, o que é muito bom! Desta forma, o consumo de alimentos aumentará de forma mais acelerada do que o simples crescimento vegetativo da população e não podemos esquecer que a agricultura depende do clima, da disponibilidade de água e de terras férteis.

Crescimento da População Mundial

Crescimento da população mundial

Há um tempo assisti a um vídeo do filósofo “pop” Slavoj Žižek no qual apresenta seus conceitos sobre ecologia. Ele afirma que a ecologia pode ser a religião do século XXI ao trazer uma série de dogmas a serem cegamente seguidos. Pode-se comprovar pelo massacre a que são submetidos aqueles que ousam contrapor ao senso comum ecológico. Já comentei o assunto no meu post sobre o aquecimento global. O obscurantismo “fanático-religioso” contra os transgênicos é outro exemplo dos malefícios destes dogmas ecológicos. Muitos transgênicos são, por exemplo, resistentes a pragas, reduzindo a aplicação de agroquímicos.

Transgênicos

Os transgênicos são muito criticados pelos ativistas

Assista ao vídeo de Žižek, onde ele apresenta seus conceitos sobre ecologia.

Proponho que dois caminhos distintos sejam trilhados para produzir os alimentos, as roupas e demais bens de consumo para satisfazer a demanda crescente da população:

– combate implacável aos desperdícios de recursos naturais através do uso das melhores técnicas disponíveis;
– ruptura total do atual modelo produtivo através criação de novas tecnologias que tornem o ser humano independente da natureza do planeta.

A primeira via é a exploração do passado. Ela engloba, na agricultura, o uso das melhores práticas disponíveis durante todas as etapas desde a escolha de cultivares, fertilização e correção dos solos, controle de pragas e doenças até a colheita, transporte e armazenamento da safra. Na indústria, o uso das melhores técnologias para a geração de bens duráveis e de consumo, consumindo a menor quantidade de recursos: matérias primas, insumos, água e energia.

A segunda via é mudar radicalmente a forma de gerar alimentos e insumos para a indústria. Como falou Slavoj Žižek, nada de volta às origens, mas a busca de um caminho totalmente novo, desvinculado da natureza. Por exemplo, a criação de novas tecnologias que produzam alimentos a partir da recombinação química ou bioquímica de átomos de carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e assim por diante. Itens fundamentais são o reciclo total de todos os resíduos e o uso de energias intrinsecamente limpas, como a solar, geotérmica e a fusão nuclear.

O consumo de carne evidentemente não é uma prática sustentável! Hoje metade do milho e 75% da soja são usadas para alimentar animais que serão mortos para servir de alimento para nós humanos. Para gerar um quilo de carne bovina são necessários 7 quilos de milho e soja, além do consumo de 15 mil litros de água. E nem comentei a poluição gerada por esta atividade, uma vaca leiteira, por exemplo, solta 700 litros de metano diariamente na atmosfera (gás 21 vezes mais nocivo do que o gás carbônico para a formação do efeito estufa). A carne não é mais um alimento essencial e seu consumo só pode ser justificado pelo prazer gastronômico. Quando inventarem a picanha ou o filet mignon de laboratório, juro que volto a comer carne. Já existem grupos de pesquisadores criando carne em laboratório. Por enquanto, são pequenas tiras de 3 centímetros de comprimento por 1,5 cm de largura e espessura de apenas meio milímetro, mas o rendimento de conversão dos nutrientes em carne já fica em torno de 50% contra menos de 15% da convencional.

Carne Artificial

No futuro, carne igual a esta na foto poderá ser produzida artificialmente.

Só o artificialismo, que distanciará a satisfação das necessidades humanas da natureza, nos reconciliará definitivamente com a própria natureza e os demais animais que nos cercam. Não existe outra opção…

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Minha Última Morada

Já pensei algumas vezes sobre o que seria feito com meu corpo após a vida abandoná-lo. Sinceramente não gostaria que fosse colocado em um caixão para ser consumido por bactérias vorazes e, num dia, ter os ossos transferidos para uma pequena urna guardada em um jazigo por toda a eternidade.

Prefiro a cremação, após a retirada de todos os órgãos ainda úteis para outras pessoas. O problema, neste caso, seria o que fazer com as cinzas. Meu coloradismo exacerbado sugere o gramado do Beira-Rio como o depositário dos minerais que compunham minha carcaça. Duvido que a direção do clube permitisse este procedimento. Afinal quantos torcedores desejariam ter o mesmo destino? Outro ponto contrário são as superstições futebolísticas bobas. Se o time passasse a perder, seria rotulado como um morto pé-frio causador do sofrimento de toda a “Nação Vermelha”. Por outro lado, se ganhasse um campeonato importante logo no primeiro ano, teria o status de santo. Logo eu…Se construirmos alguma casa especial ou, pelo menos, encontrarmos uma, poderia ser incorporado à terra de algum canteiro. Imagina ser reciclado e virar legume, fruta ou verdura? Não acho uma boa ideia! Sempre haveria comentários do tipo:

– Esta laranja está ácida!
– Mas também, a laranjeira foi fertilizada por quem? Como poderia ser diferente?

Só não reclamem que o chuchu está sem gosto, porque aí a culpa não será minha! Resta a alternativa de virar flor, mas gerará comentários maldosos. Que eu vire então uma ávore não-frutífera ou um arbusto…

Às vezes penso que o melhor seria voltar direto para a terra e não dar trabalho para os outros fazerem a “disposição final” dos meus restos. Se algum dia este post tiver alguma importância no mundo, talvez alguém diga:

– Putz! O cara se deu mal…

For English version, click here.

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O Aracnicídio

Quando mudei para São Paulo, pedi uma vaga no estacionamento do conjunto de prédios onde estão localizados os escritórios da empresa em que trabalho. Passados alguns dias me deram uma vaga no quarto subsolo de um dos edifícios-garagem. Notei que havia algumas teias de aranha no teto e em paredes próximas. Um dia vi uma aranha preta com manchas vermelhas no corpo e nas patas. Depois apareceu uma teia semiesférica com outra aranha dentro. Depois de algumas semanas, a aranha saiu da sua “toca”, ela era parecida com a primeira, mas era maior.

Aranha parecida com minhas vizinhas

Resolvi buscar uma convivência pacífica com minhas colegas de vaga. Inclusive dei nomes, a primeira era a Lucrécia (homenagem à Lucrécia Bórgia) e a maior era a Jacobina (homenagem a Jacobina Mentz Maurer dos Muckers).

As teias foram crescendo, assim como a proximidade das aranhas ao meu automóvel. Comecei a ficar com receio de me enrolar em alguma teia ou de ser atacado por uma das aranhas. Na quinta-feira passada, quando estava descendo a rampa de acesso do estacionamento, encontrei dois funcionários da limpeza. Aproveitei e informei o número da minha vaga e pedi para remover as aranhas. O pessoal imediatamente foi até o local e matou a Lucrécia, a Jacobina e suas crias. Sinceramente senti certo remorso por ter sido o mandante da matança das aranhas, mas tentei racionalizar que a situação representava um risco para mim.

Depois estava trabalhando normalmente, quando a secretária chegou e me avisou que mudou o local do estacionamento do meu carro. Na mesma hora, lembrei-me das aranhas inutilmente mortas. Que coisa mais terrível, parecia script de filme…

No final do dia, me dirigi até meu carro e vi que todas as teias foram removidas exceto uma junto à coluna no lado da minha ex-vaga. Ali durante o dia outra aranha da mesma espécie teceu uma nova teia. Já a batizei como Messalina (a polêmica imperatriz romana casada com Cláudio).

Lucrécia Borgia, Jacobina Maurer e a Imperatriz Messalina

Parecia um sinal que, apesar do massacre a que foram expostas, aquela espécie continuaria lutando e resistiria a todas as violências e adversidades do mundo exterior. Afinal a vida deve triunfar no final, mesmo que um tirano intolerante ache impossível a convivência entre criaturas diferentes. Esta é uma história verídica, mas poderia ser uma fábula sobre xenofobia e genocídios…

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Claude Monet e as Ninfeias

Nas nossas férias na França em agosto, visitamos belos museus, palácios e jardins. Se alguém me perguntar qual foi o lugar mais inspirador que eu e a Cláudia visitamos, eu responderei que não foram os Palácios de Versalhes, residência dos reis Luís XV e Luís XVI ou Fontainebleau, morada de Napoleão Bonaparte. O jardim da casa de Claude Monet em Giverny foi um destes lugares inspiradores que jamais esquecerei.

Viajamos de trem de Paris a Vernon e, como não conseguimos lugar no ônibus, pegamos uma van até a Fundação Monet. Ficamos a manhã na casa e nos jardins, almoçamos uns crepes deliciosos em um restaurante próximo. Voltamos a Paris e completamos nosso dia impressionista no Museu L’Orangerie situado na frente da praça Concorde, no interior do Jardin des Tuileries.

Casa de Monet em Giverny

O jardim da casa em Giverny, incluindo o lago das ninfeias (plantas aquáticas), a ponte japonesa sobre este lago e tudo que orna suas margens como árvores, flores e plantas, foi criado pelo próprio Monet e inspirou a maioria das obras impressionistas nos últimos trinta anos da sua vida.

As fotos foram tiradas pela Cláudia, com exceção de duas telas: ponte japonesa e ninfeias. Vocês podem ver a beleza do lugar onde Monet pintava, literalmente dentro do cenário, do amanhecer ao por do sol nas quatro estações do ano. Começo mostrando a famosa ponte japonesa.

Ponte Japonesa

  

Lagoa de Ninfeias com a Ponte Japonesa ao fundo

A seguir podemos ver as ninfeias na pintura de Monet e “ao vivo” em foto.

Ninfeias de Monet

  

Lagoa da Ninfeias

As duas próximas fotos nos fazem entender porque Monet se tornou o mestre dos reflexos.

Reflexos na Lagoa das Ninfeias

  

Mais reflexos na Lagoa das Ninfeias

Após o final da Primeira Grande Guerra Mundial em 1918, Monet decidiu doar para a França os enormes paineis que retratam as ninfeias de seu jardim. O governo francês reformou a L’Orangerie para recebê-los, criando duas grandes salas elípticas com um banco no centro de cada uma.

Um dos paineis das Ninfeias no Museu L'Orangerie

Este é um dos lugares que eu gostaria de passar um bom tempo sozinho, em silêncio, apenas admirando estas obra única na história da arte. Achei este pequeno vídeo no YouTube que dá uma boa ideia sobre o museu e os maravilhosos paineis pintados por Monet.

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Audiência Pública de Esclarecimentos Sobre a Rede de Alta Tensão em Novo Hamburgo

A comunidade, com o apoio do vereador Raul Cassel, receberá um técnico da AES Sul que dará explicações sobre a instalação de redes de alta tensão em áreas populosas de Novo Hamburgo, trechos das avenidas Sete de Setembro, Pedro Adams Filho e Guia Lopes.

Compareça e participe! A comunidade precisa ser informada. Sua saúde e seu patrimônio estão em risco.

Local: Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo
Endereço: Rua Almirante Barroso, 261
Fone: 3594-0500
Data: 4 de agosto de 2011
Horário: 15 horas

Questionamentos para AES Sul sobre Redes de Alta Tensão

Foi considerado no projeto o relatório “Estabelecendo Um Diálogo Sobre Riscos De Campos Eletromagnéticos” da Organização Mundial da Saúde – OMS?

Linhas de transmissão de energia elétrica geram campos eletro-magnéticos de baixas frequências. Campos elétricos de baixas frequências influenciam a distribuição de cargas elétricas na superfície dos tecidos condutores e causam um fluxo de corrente elétrica no corpo. Campos magnéticos de baixas freqüências induzem correntes circulantes dentro do corpo humano. [páginas 3 e 4 do relatório]

Em 2001, um grupo de trabalho integrado por peritos, constituído pela IARC (International Agency for Research on Cancer) da OMS reviu estudos relacionados com a carcinogenicidade de campos elétricos e magnéticos estáticos e de frequências extremamente baixas (ELF). Usando a classificação padrão da IARC que pondera as evidências humanas, animais e de laboratório, campos magnéticos ELF foram classificados como possivelmente carcinogênicos para humanos com base em estudos epidemiológicos de leucemia infantil. [página 5 do relatório]

Importante lembrar que a rede passará na frente do Colégio Sinodal da Paz, localizado na Avenida Pedro Adams Filho, nº 1974.

Estes fatos foram levados em consideração no projeto desta linha de transmissão? Existe alguma evidência ou fato que rejeite as afirmações acima?

Foi realizada análise de risco no projeto e instalação desta rede?

Por que nenhum programa de comunicação foi adotado? Por que não foi realizada uma audiência pública para discutir o projeto?

Os moradores, comerciantes e o colégio foram comunicados sobre a instalação desta nova linha de transmissão?

Foram consideradas outras opções técnicas (trajeto diferente ou linhas enterradas)?

Foram consideradas medidas mitigatórias (blindagem da linha)?

Foram consideradas medidas compensatórias para moradores e comércio?

Como serão compensados os proprietários de casas, apartamentos, terrenos e pontos comerciais pela imprevista queda no valor de suas propriedades? Existe jurisprudência para indenização de proprietários devido à desvalorização econômica do terreno causada pela passagem rede de transmissão de energia elétrica.

A Avenida Sete de Setembro será alargada? Os comerciantes foram avisados sobre a redução das calçadas que atualmente são utilizadas como estacionamento de seus negócios?

Qual será o impacto paisagístico? Na revitalização da Avenida Comendador Franco em Curitiba, por exemplo, está incluída a retirada das torres de alta tensão.

Existe garantias de resistência dos postes contra o impacto de caminhões? Serão instaladas defensas metálicas para proteção em caso de choques de veículos?

Qual o motivo que levou a transferência da linha do Bairro Santo Afonso para a deste projeto? A rede atual apresenta risco elevado? Qual a vantagem deste projeto sobre a situação atual?

Outras perguntas podem ser entregues por escrito no plenário para um vereador de Novo Hamburgo que questionará o representante da AES Sul.

Para mais informações clique aqui: https://vicentemanera.wordpress.com/2011/06/23/redes-de-alta-tensao-sobre-nossas-cabecas

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Cambará do Sul – Poucos Visitantes para Tanta Beleza Natural

 

Com a chegada do inverno, turistas de vários pontos do Brasil procuram algo pouco comum em suas regiões – o frio. Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, é um dos lugares mais frios do Brasil e conta com belíssimas paisagens.

Entre o Natal e a virada de 2011, passei cinco dias em Cambará do Sul. Viajei com meu filho e ele poderia escolher qualquer lugar atingível através de automóvel. Até Montevidéu estava entre as alternativas, mas a sua escolha foi Cambará.

Reservei de 25 a 30 de dezembro um quarto na Pousada Pindorama. As acomodações são simples, mas tem o necessário. O destaque ficou para o café da manhã bem servido e para a simpatia e cortesia do pessoal da Pousada.

No primeiro dia, fomos ao Parque Nacional dos Aparados da Serra, onde está localizado o cânion do Itaimbezinho. Aproximadamente 50 mil turistas visitam anualmente a principal atração da região. Na minha opinião, este número é baixo para as paisagens que surgem ao percorrermos suas trilhas.

Cânion Itaimbezinho - final de uma das trilhas do Parque Nacional dos Aparados da Serra

No segundo dia, exploramos o interior deste cânion, fizemos uma trilha no Rio do Boi com paisagens incríveis. O nível de dificuldade nesta trilha é relativamente alto, o que exige algum preparo físico. O acompanhamento de um guia credenciado é obrigatório, o que ajuda a evitar perdas de rumo e acidentes com escorregões e cobras.

Cachoeira no Cânion Itaimbezinho

Uma das cachoeiras no interior do Cânion Itaimbezinho

 

Canion Itaimbezinho - Rio do Boi

Leito do Rio do Boi no interior do Cânion Itaimbezinho

No terceiro dia, foi a vez de visitarmos o Parque Nacional da Serra Geral, onde está localizado o cânion Fortaleza. As paisagens são incríveis, mas neste dia a neblina não colaborou e escondeu-a na maior parte do tempo. Quem viu a mini-série da Globo, “A Casa das Sete Mulheres”, lembra das cenas filmadas na beira do cânion Fortaleza. As imagens eram lindas, mas, na verdade, nenhuma batalha da Revolução Farroupilha foi travada naquela região. De toda forma, as sequências foram muito bem feitas e ajudou a divulgar a região.

Cânion Fortaleza em dia de "viração"

Para finalizar, no quarto dia, pegamos uma trilha de 24 quilômetros, passando pelos cânions Leão, Corujão, Churriado e Malacara. Neste dia, o clima parecia de outono ou inverno com temperatura baixa, apesar estarmos em dezembro, e períodos com chuva e neblina forte.

Cânion Malacara em dia de chuva e neblina

Recomendo a todos que visitem esta região do Rio Grande do Sul. Aqueles que visitam a Gramado e Canela, estão a pouco mais de 100 quilômetros de Cambará do Sul. As paisagens são únicas e estão muito bem preservadas. A única crítica que faço neste post é para a estrutura dos parques. O Parque Nacional dos Aparados da Serra tem banheiros apenas na sede e não tem restaurante ou lancheria. Deste modo, para almoçar, você é obrigado a voltar para Cambará. O caso é pior no Parque Nacional da Serra Geral, totalmente selvagem, no qual não existe estrutura de apoio para o visitante.

 

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Redes de Alta Tensão sobre Nossas Cabeças

Você gostaria que uma rede de alta tensão aérea passasse na frente de sua casa ou estabelecimento comercial? Se isto acontecesse, você acha que sua rua ficaria mais bonita e valorizada? Você tem certeza que linhas de alta tensão não causam problemas de saúde, como o câncer? Tenho uma última pergunta, você aceitaria passivamente que esta rede passasse na porta de sua casa?

Se sua reposta para todas essas perguntas for um sonoro NÃO, saiba que em Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul, a concessionária de distribuição de energia elétrica, AES Sul, está instalando uma rede aérea de alta tensão em um dos principais acessos da cidade, a Avenida Sete de Setembro.

Colocação de postes na Av. Sete de Setembro (Foto: Diego da Rosa / GES)

A população local praticamente não foi informada. A única referência é esta reportagem do Jornal NH no dia 19 de maio, quando a instalação dos postes já havia começado.

Reportagem Jornal NH

Em resumo, a Prefeitura fez um acordo com a AES Sul, onde permitiu que a linha de alta tensão passe pela Avenida Sete de Setembro em troca de asfaltamento e outras benfeitorias. É ótimo que a linha atual seja removida de uma área onde vivem 900 famílias na Bairro Santo Afonso, mas como ficam as famílias que vivem num raio de 100 metros da nova linha?

A OMS, Organização Mundial da Saúde, órgão ligado a Nações Unidas, fez uma série de advertências e recomendações referentes a instalação de redes de alta tensão. Apresenta que possivelmente existe conexão entre linhas de alta tensão e leucemia infantil. Ou seja, as pessoas que habitam no entorno desta rede poderão ter problemas de saúde no futuro. Nos países desenvolvidos, existe a preferência por redes subterrâneas para reduzir estes riscos.

Decisões como esta não poderiam ser tomadas sem uma discussão na Câmara dos Vereadores e sem uma Audiência Pública. Parece que como não haverá gastos para a Prefeitura e a AES Sul dará uma contrapartida, o Executivo de Novo Hamburgo não precisa dar satisfação deste ato. Isto é um absurdo!

Após a Av. Sete de Setembro, qual será o trajeto deste rede? Seguirá pela Av. Cel. Travassos? Pela Pedro Adams Filho? Cruzará o Parque Floresta Imperial e a área da Comusa? Será que conseguiremos salvar, pelo menos, os atingidos na continuação desta obra?

Chegou a hora da população de Novo Hamburgo se mobilizar e cobrar explicações e medidas mitigadoras da Prefeitura e da AES Sul, porque se nada for feito agora, dificilmente haverá a retirada desta rede nas próximas décadas!

Não podemos assistir a tudo isto em silêncio!

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Aquecimento Global é um Dogma e Dogmas não Podem ser Discutidos

Dogma é definido como um ponto fundamental e indiscutível de uma crença religiosa ou filosófica. Nos últimos anos, a teoria de que a atividade humana na Terra é responsável pelo aquecimento global se fortaleceu a tal ponto que raramente vemos versão contrária na grande imprensa. Desta forma, devemos reduzir a emissão de gases geradores do efeito estufa, como o gás carbônico, para evitar a aumento da temperatura média do planeta, o derretimento das calotas polares e a elevação do nível dos oceanos. Consequências catastróficas são mostradas em programas de televisão periodicamente. Isto sempre me incomodou, porque nestes milhões de anos de história do planeta quantos períodos de aquecimento e resfriamento aconteceram? O próprio ser humano já passou por períodos glaciais e de forte aquecimento nos últimos milênios. Certamente a atividade humana não foi responsável por estes ciclos.

A primeira vez que eu ouvi um profissional criticando este alarmismo generalizado foi o Eugenio Hackbart, fundador e atual diretor-geral da MetSul Meteorologia no Rio Grande do Sul. Ele comentou que havia muitas notícias sobre o degelo no Ártico, mas pouco se falava sobre o aumento recorde da camada de gelo na Antártida.

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Professor Eugenio

O urso polar, devido às alterações no Polo Norte, foi escolhido como o símbolo desta causa. Frequentemente vemos fotos comoventes como a apresentada abaixo.  

urso-polar

Urso Polar no Ártico

 

The Great Global Warming Swindle (A Grande Farsa do Aquecimento Global, em português) é um documentário produzido em 2007 pelo britânico Martin Durkin. Ideias opostas àquelas sobre as quais se baseiam os estudos sobre o aquecimento global antropogênico são expostas e defendidas por cientistas, economistas, políticos e escritores. Assista ao vídeo abaixo da primeira parte do documentário com legendas em português. Na sequência, você pode ver a continuação no YouTube.

Alguns cientistas dizem que o Sol influencia o número de raios cósmicos que chegam à atmosfera e, assim, o número de nuvens. Quando o Sol está com grande atividade, aumenta o vento solar de partículas carregadas que ele sopra. Isso amplia o casulo de campos magnéticos em volta do sistema solar, desviando alguns raios cósmicos. Quando as manchas e os ventos solares se acalmam, o casulo magnético se contrai, mais raios cósmicos atingem a Terra, mais nuvens se formam, menos luz solar chega à superfície, e a temperatura cai.

mancha_solar

Manchas Solares

Não tenho condições de afirmar se os dados apresentados neste documentário estão totalmente corretos. Existem críticas em relação a algumas informações, mas parece ser lógico que um dos maiores responsáveis pela temperatura no planeta seja o Sol. Outros cientistas estudam a grande influência dos oceanos e seus ciclos no aquecimento e resfriamento do planeta.

O meu maior receio nesta história toda é o prejuízo que os países pobres podem sofrer com as metas de redução de emissões. Como um país africano poderá se desenvolver com estas restrições?

Por outro lado, o governo brasileiro discute se vamos reduzir 20% ou 40% nossas emissões de gases geradores do efeito estufa. O ministro Carlos Minc obviamente defende com entusiasmo a meta de 40%.

Carlos_Minc

Ministro Carlos Minc e as metas para redução de emissão de gás carbônico

Este é um assunto muito importante para o futuro do Brasil. Gostaria que a discussão envolvesse toda a sociedade. Assim seria possível entender como este objetivo, aparentemente ousado, poderia ser alcançado sem prejudicar o desenvolvimento do nosso país. As queimadas nas florestas poderiam ser muito reduzidas, contribuindo para atingir este objetivo.

Os resíduos oriundos das atividades agropecuárias geram grandes quantidades de metano durante sua degradação. Biodigestores podem processar estes dejetos, produzindo biogás, rico em metano, que pode substituir combustíveis fósseis para geração de calor ou eletricidade. Sabe-se que este gás é vinte e uma vezes mais potente do que o gás carbônico na geração do efeito estufa.

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Biodigestor rural

A economia deve crescer. As condições de vida das populações carentes devem ser melhoradas. O meio ambiente deve ser preservado. São grandes desafios, mas, para serem atingidos, não pode haver radicalização de todos os envolvidos. As discussões devem ser equilibradas e as “teorias da conspiração” não podem entrar nas salas de reuniões.

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Por que os animais de Fernando de Noronha não sentem medo dos humanos?

Há três anos eu e minha esposa Cláudia visitamos um lugar paradisíaco, Fernando de Noronha. Quando tiver oportunidade, gostaria de passar mais uns dez dias por lá. Abaixo podemos admirar alguns dos cartões postais, o Morro Dois Irmãos e a Baía dos Porcos.

Morro Dois Irmãos

Morro Dois Irmãos

Baía dos Porcos

Baía dos Porcos

Não vou falar neste post sobre como chegar, o que fazer, onde se hospedar ou comer. Escreverei sobre o que mais me chamou a atenção neste santuário da natureza: a convivência harmônica entre os animais e os seres humanos.

Diferente do que se vê em outros Parques Nacionais, é muito raro encontrar lixo nas trilhas. As placas que proíbem o acesso são respeitadas por todos os turistas. Os peixes, tartarugas, golfinhos e demais animais marinhos não são molestados pelos mergulhadores. As fotos abaixo mostram um peixe azul e uma arraia nadando em água rasas indiferentes à minha presença.

Peixe Azul

Peixe Azul

Arraia

Arraia

Deixei o mais incrível para o final. Assistam ao vídeo abaixo. Ele foi feito pela Cláudia durante um mergulho. A tartaruga demonstra curiosidade ou, sabendo que não havia risco, resolveu apenas se exibir para a câmera.

Saímos de lá com a certeza de que se pode conviver em total harmonia com a natureza sem depredá-la, respeitando todos os animais. Infelizmente parece que quando voltamos para a “civilização” gradativamente esquecemos estes valores.

Se você não conhece Fernando de Noronha, programe suas próximas férias. É um uso excelente daquelas milhas do Programa Smiles.

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