Arquivo do mês: janeiro 2016

David Bowie Vive entre as Estrelas

Acordei na segunda-feira com a notícia da morte do artista inglês David Bowie. No final de semana, ouvi seu novo disco, “Blackstar” lançado no dia de seu aniversário na última sexta-feira. Vi e revi os clipes de três músicas – Blackstar, Lazarus e Sue. Li as letras das músicas. Prestei atenção no som dos instrumentos. Mostrei o clipe de Sue e um antigo de Space Oddity, onde Bowie canta a música como seu personagem Ziggy Stardust, para minha filha Júlia. Na tarde do domingo, estava impressionado com o trabalho de Bowie e escrevi na minha página do Facebook:

David Bowie Ziggy Stardust

David Bowie comemorou seu aniversário de 69 anos com o lançamento do seu novo álbum “Blackstar”. O que mais me impressionou foi Bowie ter realizado um trabalho totalmente diferente dos anteriores da sua longa e exitosa carreira. Ouvi todas as sete músicas impregnadas de jazz com lindos solos de saxofone.

O clipe da música título do álbum, além de impactante, nos traz aquela sensação que a pior escolha de nossas vidas é seguir cegamente algum profeta. Não esqueça que os falsos profetas estão por toda parte, não apenas na religião…

Este gênio me traz a inspiração de que nunca é tarde para recomeçar ou tentar algo novo.

Vida longa para este “ET” incrível, Major Tom, David Bowie!

Redescobri Bowie há quase três anos com o lançamento de seu álbum “The Next Day”. Fazia dez anos que ele não gravava um álbum com músicas inéditas. Confesso que comecei a ouvir as músicas com baixa expectativa, porque muitos artistas, nestes retornos, criam obras muito abaixo de seus melhores trabalhos. Cada música que eu ouvia, eu gostava mais e mais. “The Next Day” é um grande disco de rock! Ouvi algumas vezes o disco e depois comecei a ouvir novamente as músicas conhecidas das décadas de 70 e 80. Quando fiquei sabendo do lançamento de “Blackstar”, passei a contar os dias. Enfim o grande dia chegou, e seu último trabalho, como eu registrei na minha página do Facebook, é impressionante.

Meu abatimento com a morte de Bowie talvez seja alimentado pela certeza de que ele não vai se reinventar novamente. Não verei algo tão original como este último trabalho ou outros anteriores da sua carreira.

Minha tristeza também pode ser alimentada por relembrar que o tempo é implacável e, mais cedo ou mais tarde, as pessoas que gostamos ou admiramos ficarão distantes de nós ou desaparecerão.

O jovem David Bowie, em 1971, aos 24 anos de idade, compôs “Changes”. No final da música ele faz o seguinte alerta aos roqueiros:

Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the strain)
Ch-ch-Changes
Oh, look out you rock ‘n rollers
Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the strain)
Ch-ch-Changes
Pretty soon you’re gonna get a little older
Time may change me
But I can’t trace time
I said that time may change me
But I can’t trace time

Minha dor é saber que este alerta não vale apenas para os roqueiros…

Prefiro pensar David Bowie voltou a encarnar o Major Tom de “Space Oddity” e está cruzando o espaço em busca de inspiração para criar novos personagens e novas músicas geniais.

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