Quando mudei para São Paulo, pedi uma vaga no estacionamento do conjunto de prédios onde estão localizados os escritórios da empresa em que trabalho. Passados alguns dias me deram uma vaga no quarto subsolo de um dos edifícios-garagem. Notei que havia algumas teias de aranha no teto e em paredes próximas. Um dia vi uma aranha preta com manchas vermelhas no corpo e nas patas. Depois apareceu uma teia semiesférica com outra aranha dentro. Depois de algumas semanas, a aranha saiu da sua “toca”, ela era parecida com a primeira, mas era maior.
Resolvi buscar uma convivência pacífica com minhas colegas de vaga. Inclusive dei nomes, a primeira era a Lucrécia (homenagem à Lucrécia Bórgia) e a maior era a Jacobina (homenagem a Jacobina Mentz Maurer dos Muckers).
As teias foram crescendo, assim como a proximidade das aranhas ao meu automóvel. Comecei a ficar com receio de me enrolar em alguma teia ou de ser atacado por uma das aranhas. Na quinta-feira passada, quando estava descendo a rampa de acesso do estacionamento, encontrei dois funcionários da limpeza. Aproveitei e informei o número da minha vaga e pedi para remover as aranhas. O pessoal imediatamente foi até o local e matou a Lucrécia, a Jacobina e suas crias. Sinceramente senti certo remorso por ter sido o mandante da matança das aranhas, mas tentei racionalizar que a situação representava um risco para mim.
Depois estava trabalhando normalmente, quando a secretária chegou e me avisou que mudou o local do estacionamento do meu carro. Na mesma hora, lembrei-me das aranhas inutilmente mortas. Que coisa mais terrível, parecia script de filme…
No final do dia, me dirigi até meu carro e vi que todas as teias foram removidas exceto uma junto à coluna no lado da minha ex-vaga. Ali durante o dia outra aranha da mesma espécie teceu uma nova teia. Já a batizei como Messalina (a polêmica imperatriz romana casada com Cláudio).
Parecia um sinal que, apesar do massacre a que foram expostas, aquela espécie continuaria lutando e resistiria a todas as violências e adversidades do mundo exterior. Afinal a vida deve triunfar no final, mesmo que um tirano intolerante ache impossível a convivência entre criaturas diferentes. Esta é uma história verídica, mas poderia ser uma fábula sobre xenofobia e genocídios…
QUE ESPECIE DE ARANHA ERA ESSA
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Alicy, infelizmente não consegui descobrir.
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Oi Vicente! Há quanto tempo… Legal saber que você está aqui na cidade do sol! Tá vendo como Sampa é natureba? Vivemos praticamente na selva, com aranhas, mosquitos e outros bichos! Quando falo isso lá em Esteio, inguém acredita… Abraço e felicidades pra você e sua família aqui!
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Ana,
Que legal receber tua visita no meu blog! Realmente Sampa não é a selva de pedra que dizem por aí. Eu e minha família estamos curtindo a cidade.
Grande abraço,
Vicente
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Nero!!!!!! Rsrsrs
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Como assim Nero??? Não botei fogo em nenhuma aranha!!!
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Como sempre um belo texto, Vicente. Parabéns e um grande abraço aqui do sul.
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Grande Diulio,
Sempre é uma alegria ter leitores qualificados frequentando meu blog.
Abração,
Vicente
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Beleza Vicente, estava vivenciando a tua narração. Faço o mesmo, procuro sempre compartilhar os espaços com aranhas e outros seres vivos. Em casa sempre as removemos para um lugar no mato. Aprendemos a estudar as espécies para saber o que é perigo para gente. Abração
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Chris,
Realmente faltou este trabalho de pesquisa prévio da minha parte. A maior probabilidade é que elas eram inofensivas…
Abração,
Vicente
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