No Brasil, na Europa e em vários locais democráticos do mundo, não existe mais a separação clara entre a direita e a esquerda. Parece que as duas vertentes políticas migraram para o centro, criando uma grande zona cinzenta. No Brasil, por exemplo, PT e PSDB são muito parecidos em suas propostas, apesar de cada um dos lados alardear ser o criador de cada conceito econômico vigente no país.
Na Europa, os socialistas e os liberais, com o passar do anos, tornaram-se cada vez mais semelhantes, sendo diferenciados por detalhes praticamente insignificantes na ótica dos eleitores. Por incrível que pareça, a extrema direita é a novidade no velho continente. Fato comprovado pelas expressivas votações de Marine Le Pen para presidência da França e dos neo-nazistas nas eleições estaduais na Alemanha.
Um colega francês ficou indignado na semana passada com alguns comentários sobre a inviabilidade do Euro. Ele respondeu que, muito além das questões monetárias, está o sonho de estabilidade política e paz para todo o continente. Este é um sonho de várias gerações, mas talvez não seja o desta geração que busca empregos e crescimento econômico. Quando alguém de extrema direita culpa os imigrantes pela crise e desemprego, a comparação com a questão entre nazistas e judeus é inevitável.
A paz só é possível com estabilidade política e econômica. Um “novo capitalismo” deve emergir desta crise. A chamada terceira via, tão comentada há alguns anos, não surgiu ainda. Talvez nasça nos países em desenvolvimento… As pessoas não querem só comida, também querem diversão e arte (como cantavam Os Titãs). Um mundo melhor é possível, mas só nascerá se a “mão invisível” do liberalismo, que se tornou a única opção após a derrocada do bloco socialista, for substituída por um novo sistema. Todos devem trabalhar, gerar riqueza, ter acesso à educação e saúde de qualidade…
Viverei e verei este novo mundo florescer… Farei o que estiver ao meu alcance, este é meu compromisso!