Arquivo do mês: fevereiro 2016

O namorado novo tem filhos? E agora?

Há pouco tempo uma amiga me procurou cheia de dúvidas no relacionamento, porque o namorado tem um filho e deixa ela de lado nos finais de semana que está com o garoto, não deixando ela fazer parte dos programas e passeios. Como ela ficava cada vez mais paranoica com o que lia na internet, resolvi falar sobre isto.

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Passei por uma situação parecida, por isto ela logo pensou em mim. Quando comecei a namorar meu marido, ele estava se divorciando do primeiro casamento (isto já não é um bom sinal, mas se você não puder evitar, continue lendo…). Ele tinha um filho pequeno de 6 anos. Inicialmente eu não o via nos finais de semana que ele estava com a criança e não entendia bem isto. Para mim a criança tinha que “entender” o pai, perceber que estava tudo melhor sem brigas em casa, etc. Claro que não é assim. Não podemos exigir maturidade de uma criança.

Hoje, com filhos, consigo entender bem melhor. A cabecinha das crianças funciona bem diferente. Algumas até se culpam pelo divórcio.

Bem, cada caso é um caso… Vale então observar algumas coisas:

– O namoro é recente?

Ele está certo em não incluir você nos passeios. Melhor proteger a criança. Imagina se a cada nova namorada, que pode sumir em 2 semanas, ele apresenta para a criança? Péssimo exemplo… Então ele está sendo um bom pai, este cara é bom! Filhos são mais importantes, sempre. Você pensará assim depois de ter os seus.

Não insista, só deixe claro que, quando ele se sentir pronto, você topa e fica feliz com a ideia. Isto mostra o quanto você se importa com eles.

– Já estão juntos a bastante tempo (8 meses pelo menos)?

Tudo tem um limite… Se vocês já estão juntos a tanto tempo e ele te esconde, inclusive da família, larga o osso e procura algo melhor. Desapega!! Impossível ser tão lerdo, ele não te ama.

Quando chegar o momento:

– A criança é pequena (menor de 4)?

Este é um bom motivo para a demora ser maior… Elas se apegam mais facilmente. Se o namoro acaba, é sempre uma perda para a criança, então é bom ter certeza de que o namoro é sério.

Costuma ser mais tranquilo nesta idade. A criança se adapta mais fácil às novas situações. Claro que depende muito dos pais. Se a preocupação deles for o bem estar dos filhos, farão de tudo para que a criança se sinta bem e se adapte à nova realidade.

Seja alegre e carinhosa. Os pequenos precisam de carinho sempre. Só tome cuidado para ser sempre uma nova amiga e não outra mãe. Mãe é a ex, ela que ficou madrugada acordada cuidando, que amou desde que o bebê estava na barriga. Seja legal, só isto. Agora, se ele for viúvo, aí sim você pode ser o exemplo feminino que está faltando na criação da criança. Permita-se amar.

– A criança é maiorzinha (de 4 a 10)?

Costuma ser a fase mais difícil. Onde não há ainda a maturidade para entender que os pais não são “um só”, nem exclusividade deles, que têm individualidade e que a família pode não estar tão saudável quanto deveria. Muitos acostumam-se com as brigas e ainda levam este exemplo para a vida toda. Ainda assim, se os pais forem conscientes, na hora que se divorciam, fazem de tudo para que a criança não se sinta culpada. Quer coisa pior que um ficar colocando o filho contra o ex ou a ex? Acredite, acontece muito. Haja terapia…

Se o relacionamento vai muito bem obrigado e ele quer que vocês se conheçam, tome alguns cuidados. Tenha consciência que você não é a mãe, mesmo que tenha o instinto materno gigante… Não faça competição.

– A criança já é um pré-adolescente?

Esta fase é dúbia. Por um lado, poderia ser mais fácil por já serem mais individuais e crescidos. Se tiveram um bom relacionamento com os pais, se sempre foram tratados com respeito, conversaram sobre suas dúvidas, tendem a compreender e por mais que doa a separação (sempre dói, até para quem está infeliz no casamento) irão se esforçar para ajudar os pais. Porém, se estiverem naquela fase “os outros são egoístas, me detestam, só me fazem sofrer”, aí é punk… Boas chances de ser um inferno pra todo mundo. Você terá que conquistar a confiança e isto é muito difícil. Nem tente comprar com presentes! Eles percebem a manipulação e aí nunca sentirão confiança.

Eu cometi alguns erros. Um deles foi me manter afastada da criança, numa distância “segura”. Sempre mantive a cordialidade, mas na minha cabeça, se eu me aproximasse mais (ou fosse carinhosa), poderia passar a imagem de estar tentando tomar o lugar da mãe, e isto eu não queria. Não queria nem que ele gostasse de mim, pois se sentiria traindo a mãe e ele sofreria. Não queria que ele tivesse que lidar com mais isto… Já lidava com bronca demais. Mas hoje tenho dúvidas se agi certo ou não. Afinal, crianças querem se sentir amadas.

Bom, este texto foi baseado em experiências próprias e de amigas. Não são regras e nem foram baseadas em artigos de psicologia. Se quiser compartilhar sua experiência ou dúvidas, deixe um recado. A gente se ajuda… 😉

Mais uma coisinha, se ele já te apresentou para os filhos, para a família e você participa de alguns eventos, ótimo! Porém, é importante entender que momentos 100% só com os filhos é essencial, assim como você quer momentos 100% só com ele.

dia do livro DIA DOS PAIS

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