Arquivo do mês: julho 2013

O Papa é Pop – O Carisma e a Mensagem

No dia 22 de julho, o Papa Francisco chegou ao Rio de Janeiro para participar, entre outros eventos, da Jornada Mundial da Juventude. Impressionou a agenda dura que o papa cumpriu em apenas uma semana. Pareceu exagerada para um senhor de 76 anos. Bastava ligar a televisão na semana passada e lá estava ele, esbanjando simplicidade e simpatia.

Papa Francisco

Papa Francisco

O atual papa possui um carisma invejável, é quase impossível não simpatizar com ele, a forma como sorri, o carinho com as crianças e a paciência com as brincadeiras e presentes de gosto duvidoso. Por outro lado, tenho receio quando as pessoas são julgadas somente por suas imagens. Por exemplo, o governo Médici foi o mais duro do período de ditadura militar no Brasil, mas para as pessoas comuns Geisel foi pior. Este julgamento é baseado nos sorrisos do Médici e na “carranca” do Geisel, não importa que a tortura corresse solta no período Médici e que, no período Geisel, as denúncias a respeito da morte, tortura e desaparecimento de presos políticos reduziram muito.

General Emílio Garrastazu Médici com Pelé

General Emílio Garrastazu Médici com Pelé

   

General Ernesto Geisel e sua tradicional "carranca"

General Ernesto Geisel e sua tradicional “carranca”

Como o tempo do Papa Francisco para fazer alguma coisa prática ainda é curto desde sua posse, procurei ouvir suas mensagens. Minha percepção é que, ao falar para os jovens, ele buscou tocar o coração de cada um. A ideia é que para mudar a Igreja e o mundo, comece por você. Mário Quintana disse certa vez esta frase simples e verdadeira:

Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.

o poeta Mário Quintana

o poeta Mário Quintana

Ou seja, o Papa Francisco, através de suas mensagens, quer inicialmente mudar as pessoas. Assim ele incentivou a juventude a largar o egoísmo e comodismo e se tornar agente da mudança na Igreja e no mundo. Isto fica claro nesta mensagem:

Sigo as notícias do mundo e vejo que tantos jovens de muitas partes do mundo têm saído pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Os jovens nas ruas são jovens que querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não deixem que outros sejam protagonistas da mudança, vocês jovens são os que têm o futuro. Através de vocês o futuro chega ao mundo…

Vi na noite de domingo uma entrevista do papa ao programa Fantástico da Rede Globo. Fora a parte “festiva” da entrevista com questões sobre clima, rivalidade Brasil-Argentina, segurança pessoal, gostei especialmente da análise do papa sobre o momento atual da economia. Ele citou que a globalização com o “protagonismo do dinheiro, economicista, sem qualquer controle ético”, acaba por marginalizar expressivas parcelas da população, como os mais velhos e os mais novos nos mais variados locais do planeta. Ele exemplificou que oscilações nas bolsas de valores são mais importantes do que pessoas sem comida ou educação:

Hoje em dia há crianças que não têm o que comer no mundo. Crianças que morrem de fome, de desnutrição. Há doentes que não têm acesso a tratamento. Há homens e mulheres que são mendigos de rua e morrem de frio no inverno. Há crianças que não têm educação. Nada disso é notícia. Mas quando as bolsas de algumas capitais caem três ou quatro pontos, isso é tratado como uma grande catástrofe mundial. Esse é o drama do humanismo desumano que estamos vivendo. Por isso, é preciso recuperar crianças e jovens, e não cair numa globalização da indiferença.

O papa ainda incentivou os jovens a expressarem seus descontentamentos e as pessoas a ajudarem os mais necessitados, se doando. Entendo que esta ajuda não deveria ser apenas monetária, por exemplo, uma esmola, um dízimo ou uma contribuição em dinheiro para uma entidade assistencial. A definição de Gibran Khalil Gibran, no seu livro “O Profeta” sobre a doação deveria ser seguida por todos:

Vós pouco dais quando doais de vossas posses. É quando doais de vós próprios que realmente dais.

Gibran Khalil Gibran

Gibran Khalil Gibran

Assim, quando usamos nosso tempo, nossa energia, nossa sabedoria ou nossos conhecimentos para ajudar os mais necessitados, estaremos realmente nos doando. Esta não é uma missão fácil, a inércia a que nossas vidas estão submetidas só pode ser quebrada com muito esforço, senão o comodismo vai nos levar a assistir passivamente o que está ao nosso redor.

Acredito que foi um bom início do pontificado de Francisco, mas é melhor aguardar seus próximos passos. João Paulo II também era popular e carismático, mas seu conservadorismo dogmático foi um dos motivos do afastamento da Igreja Católica das reais necessidades do povo.

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As Lições de Alex Ferguson

No mês de agosto, começa um dos principais campeonatos nacionais de futebol da Europa, a Premier League inglesa. Uma das maiores novidades do início desta nova temporada é uma ausência. Alex Ferguson, após quase 27 anos como treinador do Manchester United, se aposentou e não estará no banco de reservas dos Red Devils.

Alex Ferguson

Alex Ferguson

Os números de Ferguson no Manchester são impressionantes. Foram 1.500 jogos, com 895 vitórias, 13 títulos da Premier League, 5 Copas da Inglaterra, 4 Copas da Liga Inglesa, duas Champions League, uma Copa Intercontinental e uma Copa do Mundo Interclubes.

Muitas histórias já foram contadas sobre o ex-treinador do Manchester United. Uma das mais “interessantes” é sobre o controle da disciplina e respeito no grupo de jogadores, aspecto que Ferguson considerava fundamental. Ele acreditava que não havia espaço para broncas durante os treinamentos, mas no vestiário era diferente. O atacante galês Mark Hughes, o “Sparky”, que foi comandado pelo treinador entre 1988 e 1995, criou a expressão “tratamento do secador de cabelo” (hairdryer treatment) para as temíveis brocas com altos decibéis proferidas pelo seu chefe no Manchester United. Ferguson ficava cara a cara com seu jogador e gritava, seu comandado acabava com o cabelo atrás da cabeça (como se usasse um secador de cabelo).

Mark Hughes, o "Sparky"

Mark Hughes, o “Sparky”

Sobre seus métodos de disciplina Ferguson comenta:

Você não pode sempre vir e gritar e gritar. Isso não funciona. Ninguém gosta de ser criticado. Mas, no vestiário, é necessário que você aponte os erros de seus jogadores. Faço logo após o jogo para não esperar até segunda-feira, eu faço isso, e está acabado. Estou pronto para a próxima partida. Não há nenhuma vantagem em criticar sempre um jogador.

Mesmo assim ele admitiu que passava do ponto:

Eu era muito agressivo naqueles tempos, eu sou apaixonado e quero ganhar o tempo todo, mas hoje estou mais amadurecido… A idade faz isso com você e agora eu posso lidar melhor com os jogadores mais frágeis.

Anita Elberse, professora de Administração de Negócios na unidade de Marketing da Harvard Business School fez um interessante trabalho com Alex Ferguson e, no ano passado, deu uma entrevista sobre o sucesso de longo prazo do ex-treinador. Em sua opinião, este sucesso está centrado na sua vontade de desenvolver jovens talentos. Ferguson fala sobre a diferença entre “construir uma equipe e construir um clube.” Quando ele começou no Manchester United, imediatamente começou a reestruturar as categorias de base do clube. Ele também as tornou mais visíveis no clube, por exemplo, garantindo que os jogadores da base aquecessem ao lado de jogadores profissionais diariamente a fim de promover uma atitude de “um único clube”. E, mesmo no início, apesar das opiniões de muitos observadores para ser mais conservador (um comentarista de televisão respeitado disse naquela época que “não se pode ganhar nada com crianças”), ele deu aos jovens jogadores uma chance de ganhar um lugar no time principal. Muitos dos jogadores que ele desenvolveu – Ryan Giggs, David Beckham, Gary Neville, Paul Scholes – se tornaram verdadeiros destaques em sua geração, proporcionando ao clube uma base sólida.

Ryan Giggs (acima à esq.), David Beckham (acima à dir.), Gary Neville (abaixo à esq.), Paul Scholes (abaixo à dir.)

Ryan Giggs (acima à esq.), David Beckham (acima à dir.), Gary Neville (abaixo à esq.), Paul Scholes (abaixo à dir.)

A boa gestão deste processo durante um longo período, inevitavelmente, envolve cortar os jogadores mais velhos que já não podem dar uma boa resposta para a equipe, o que pode ser desgastante emocionalmente. Segundo Ferguson, “a coisa mais difícil de fazer é permitir a saída um jogador que foi um grande cara”.

Muitos outros fatores também contribuíram para o seu sucesso. Um fator particularmente impressionante foi a sua capacidade de se adaptar aos novos tempos. O mundo do futebol hoje em dia não se parece em nada com o que encontrou Ferguson quando começou como treinador no Manchester United há 27 anos. Ele adotou novas tecnologias e novas abordagens, como a contratação de cientistas do esporte na sua equipe, buscando novas formas de medir e melhorar o desempenho dos jogadores. Isso parece simples, mas se você tem sido tão bem sucedido quanto ele foi, é muito fácil ficar preso nos seus próprios caminhos.

Como muitos treinadores, Ferguson devia gerenciar para o curto prazo (durante uma partida e de jogo para jogo), médio prazo (na temporada), e longo prazo (ao longo dos anos). Estes requisitos também deveriam ser equilibrados por executivos de outras áreas, porque há uma troca constante entre a gestão do curto e longo prazo. Alex Ferguson considerou que, dentro da temporada, o truque é pensar no futuro, assumindo riscos calculados:

Eu poderia descansar jogadores chave para um jogo menos importante, mas há um elemento de risco em fazer isso, e o tiro pode sair pela culatra, mas você tem que aceitá-lo. Você tem que confiar no seu plantel.

Quando se trata de gerenciar para o sucesso em diferentes temporadas, a importância de apostar na juventude, como já foi apresentado, é crítica. Há um grande comentário de Ferguson sobre esta questão:

O primeiro pensamento para 99% dos treinadores recém-nomeados é ter certeza de que ganharão logo para sobreviver. Eles trazem jogadores experientes, muitas vezes de seus clubes anteriores. Mas eu acho que é importante construir uma estrutura para o clube de futebol, e não apenas um time de futebol. Você precisa de um alicerce. E não há nada melhor do que ver um jovem jogador atuando para sua primeira equipe.

As lições de Alex Ferguson, especialmente, em relação à importância dos objetivos de longo prazo e do apoio aos jovens talentos não valem apenas para treinadores de futebol. Muitos executivos de empresas também olham apenas o curto prazo, não apostam nos jovens, levam amigos e ex-colegas para trabalhar com eles nos novos empregos. Agindo desta forma, tanto os treinadores, quanto os executivos acreditam que garantirão o resultado do ano, ganharão suas gratificações e permanecerão nos seus cargos. Será que os clubes e as empresas terão resultados sustentáveis administrados por este tipo de treinadores e executivos?

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O Individual e o Coletivo

Desde o início dos protestos pelo Brasil, tenho pensado muito nas principais reivindicações dos manifestantes. Acredito que a educação de qualidade seja o processo que realmente tem o poder de mudar o Brasil. A própria saúde pública também é função da educação do povo. Afinal sempre será melhor ensinar e promover a adoção de atitudes saudáveis do que tratar as doenças decorrentes de práticas de higiene e alimentação deficientes.

No ano passado, assisti a uma palestra da pesquisadora da Universidade Federal do Tocantins, Fernanda Dias Abadio Finco, contemplada com o Prêmio da Fundação Bunge 2012 na categoria “Juventude”, no tema Segurança Alimentar e Nutricional. Ela apresentou um dado que me chamou a atenção na época. O percentual de pessoas com peso abaixo do normal em comunidades carentes do estado do Tocantins era pequeno, enquanto que a parcela de pessoas com sobrepeso e obesidade era muito maior e crescia rapidamente. Por outro lado, muitas pessoas tinham deficiências de nutrientes. Ou seja, o principal problema não era a quantidade de calorias ingeridas e sim a variedade e qualidade dos alimentos. A proposta da pesquisadora era aproveitar a rica biodiversidade disponível no Brasil, através do uso de vegetais com propriedades funcionais. O conhecimento dessas propriedades seria obtido por meio de pesquisa científica. Como resultado, teríamos a melhoria da nutrição e saúde das comunidades locais, a agregação de valor em produtos tradicionais da região, colaborando para geração de renda da agricultura familiar, preservação das florestas nativas e, consequentemente, promovendo uma relação ganha-ganha.

Assim trocaríamos o paradigma do tratamento de doenças pela promoção da saúde, através da orientação próxima de profissionais da saúde sobre boas práticas de higiene e nutrição. Tenho certeza que se evitariam muitas doenças ou a recuperação seria mais simples e rápida.

Mais-Medicos

Os governos brasileiros, incluindo o atual e os anteriores independentemente dos partidos, não fizeram muito pela educação e saúde pública nas décadas passadas. O governo atual, pressionado pelas ruas, lançou o programa “Mais Médicos” com o objetivo de levar médicos para as periferias das grandes cidades e para as pequenas cidades do interior do Brasil. O problema principal recai na queda de braço entre o governo federal e as associações que representam a classe médica. O governo alega que não existem médicos brasileiros interessados em trabalhar nos confins do Brasil, longe do conforto dos grandes centros, sem as melhores condições de trabalho. A solução para este problema seria a contratação de médicos no exterior, principalmente, cubanos, portugueses e espanhóis. Os médicos brasileiros, por sua vez, exigem a revalidação dos diplomas dos médicos estrangeiros e afirmam também que não faltam médicos, mas sim condições para exercer suas atividades. Ou seja, o problema principal é referente à administração do SUS (Sistema Único de Saúde).

Parece que os dois lados têm alguma razão nesta discussão. Por tudo que eu vi e li até agora, na maioria das cidades brasileiras, a situação dos hospitais e postos de saúde realmente é ruim, mas faltam médicos especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. Veja o quadro abaixo.

Distribuiçao geográfica dos médicos no Brasil (Fonte: Blog do Dr. Dráuzio Varella)

Distribuiçao geográfica dos médicos no Brasil   (Fonte: Blog do Dr. Dráuzio Varella)

Outra medida proposta pelo governo é um estágio remunerado de dois anos no SUS para os estudantes de medicina a ser realizado no final do curso. Obviamente os médicos são contra!

Em minha opinião, todos os profissionais egressos de universidades públicas, independente da profissão, deveriam realizar atividades deste tipo ao encerrar o curso. Afinal, todo o curso foi custeado através de verbas públicas obtidas através de impostos pagos por toda a sociedade brasileira, incluindo pessoas pobres. Desta forma, nada mais justo do que retribuir à sociedade com um estágio remunerado em áreas críticas do país, como educação, saúde, saneamento básico e infraestrutura.

Minha impressão é que os médicos estão cuidando muito mais dos seus interesses pessoais do que das necessidades dos cidadãos que vivem nas zonas mais pobres e remotas do país. A maioria dos médicos em atividade ou dos estudantes de medicina estudou nas melhores escolas particulares de ensino médio, senão não teriam passado nos vestibulares mais concorridos do país. Desta forma, são oriundos predominantemente das classes A e B, estão acostumados com uma série de confortos e não querem abrir mão deles, mesmo recebendo bons salários para trabalhar no interior do Brasil.

O primeiro grande teórico do Liberalismo Econômico, Adam Smith, em seu livro a “Riqueza das Nações”, criou o termo “mão invisível” para descrever como numa economia de mercado, apesar da inexistência de uma entidade coordenadora do interesse comum, a interação dos indivíduos parece resultar numa determinada ordem, como se houvesse uma “mão invisível” que os orientasse. Dois séculos depois, o americano Eric Maskin, um dos três vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2007, afirmou que “o mercado não funciona muito bem quando se trata de bens públicos” e completou:

– Sociedades não devem contar com as forças do mercado para proteger o ambiente ou fornecer um sistema de saúde de qualidade para todos os cidadãos.

Adam Smith x Eric Maskin

Adam Smith x Eric Maskin

Ou seja, o Estado deve interferir para garantir que a população tenha à disposição serviços públicos de boa qualidade, seja fornecendo-os diretamente ou através de fiscalização permanente sobre a empresa privada que o executa. No momento, a importação de médicos pode ser uma boa medida emergencial, se até o final de julho não houver candidatos brasileiros em número suficiente para cobrir a demanda. No futuro, o problema só será resolvido se houver novas escolas de medicina localizadas no interior do Brasil, suportadas por postos saúde e hospitais públicos com boas condições de trabalho para os profissionais da saúde e por escolas de ensino fundamental e médio de boa qualidade. Estas escolas serão as responsáveis por levar o desenvolvimento humano para estas regiões do país.

Parece que comecei e terminei falando de educação…

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De Onde Vem a Inspiração?

Na última edição da revista IstoÉ, tem uma interessante entrevista com o escritor Luís Fernando Veríssimo. Como antídoto contra a reconhecida timidez do escritor, a entrevista foi feita através de E-mails. Quem quiser lê-la na íntegra basta clicar no link abaixo.

http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/312972_O+INIMIGO+E+TUDO+INCLUSIVE+A+IDEOLOGIA+

Além das perguntas sobre a política brasileira e os recentes protestos populares, curiosidades sobre a vida atual do escritor, eu tive especial interesse na questão sobre qual tipo de situação ainda o inspira. A resposta foi a princípio decepcionante:

– Para quem escreve com regularidade, qualquer assunto é assunto. Eu sempre digo que a minha musa inspiradora é o prazo de entrega. E a crônica, sendo um gênero indefinido, comporta essa variedade de assuntos e de estilos.

Luís Fernado Verissimo

Luís Fernado Verissimo

Como dono deste blog, sofro com alguns períodos de “estiagem” criativa. Por outro lado, às vezes escrevo um artigo com rapidez. Certa vez, em um voo diurno entre New York e São Paulo, escrevi três posts. Na semana seguinte, refinei e publiquei no blog dois desses posts e o terceiro permanece inédito, fazendo companhia a uma coleção de artigos renegados. Este destino pode ser injusto para alguns destes artigos, mas, para outros, foi exemplar.

Algumas vezes, começo a escrever e reescrever dois ou três artigos ao mesmo tempo. Depois de uma ou duas semanas, nenhum destes artigos passou no meu controle de qualidade e foi publicado, entretanto, num certo dia, trabalho e finalizo todos. Sempre publico aquele que trata do assunto do momento e deixo os outros para os dias seguintes.

Hoje rendo-me ao grande Luís Fernando Veríssimo. Como sou um blogueiro amador, não tenho obrigações com o calendário. Caso contrário, trabalharia sobre um destes artigos até ficar pronto. Já percebi que escrever, como outros exercícios físicos ou intelectuais, depende de treino frequente e de muita persistência. No meu caso, sempre que fui assíduo ao escrever, senti um prazer viciante. Talvez o melhor seja eu me render a mesma musa inspiradora deste grande escritor gaúcho e criar uma obrigação clara e definida. A partir de hoje, meu blog passará a ter uma publicação semanal num dia específico da semana. A alteração do dia só será tolerada, se for uma antecipação por conta de uma atualidade realmente importante. A ausência de publicações será aceita apenas em caso de férias ou impossibilidades realmente relevantes.

Resta agora, escolher o dia da publicação… Muitas pessoas não gostam da segunda-feira, parecem repetir mentalmente aquele refrão do maior sucesso da banda Boomtown Rats do vocalista Bob Geldof, “I Don’t Like Mondays”. Sim, esta música não é do Rolling Stones de  Mick Jagger! Sexta, sábado e domingo são os dias das festas para uns, viagens para outros e descanso para os demais. Quarta-feira é o dia do futebol na TV… Entre terça e quinta-feira, escolho a primeira!

Assim espero aumentar a quantidade e melhorar a qualidade dos artigos deste blog, onde os leitores serão sempre os juízes. Até a próxima terça-feira!

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