Arquivo do mês: novembro 2013

Os Múltiplos Papéis da Mulher no Mundo Atual

As feministas nos anos 60 e 70 lutaram pela igualdade de direitos para as mulheres. As conquistas foram claras tanto no campo da educação, quanto no profissional. Claro que ainda existem distorções no mercado de trabalho, por exemplo, o número de homens na alta direção das empresas privadas ainda é muito superior ao de mulheres, elas também, em média, ganham menos do que homens que exercem as mesmas funções. Este vale está se estreitando e cada vez há mais mulheres em posições gerenciais e na presidência de grandes empresas – a CEO da HP é a americana Meg Whitman; na PepsiCo é a indiana Indra Nooyi. Na política, Angela Merkel é a primeira-ministra da Alemanha e, na América Latina, Dilma Rousseff e Michelle Bachelet já foram eleitas presidentes de seus países.

Angela Merkel e Michelle Bachelet

Angela Merkel e Michelle Bachelet

No passado, o maior motivo de pressão sobre as jovens era o casamento. Quando a mulher começava a se aproximar dos 30 anos de idade e não havia casado, surgiam comentários de todos os tipos – maldosos, preocupados ou piedosos. E quando a mulher permanecia solteira, diziam que ela ficou para tia…

Se você acha que a pressão terminava após o casamento, está enganado! A família e os amigos começavam a perguntar quando nasceria o primeiro filho do casal. E depois pediam o segundo, porque “não é bom ser filho único”…

mulher ocupada

Hoje a pressão para casar diminuiu um pouco, mas a pressão para ter filhos abrange todas as mulheres. Diz-se, por exemplo, que a mulher para se completar deve ser mãe.

Por outro lado, a pressão por ser uma profissional bem sucedida cresceu exponencialmente. Pelo menos, foi criada a licença maternidade, possibilitando que as mães passem de quatro a seis meses do início da vida de seus filhos em casa, dedicando-se a cuidá-los e amamentá-los. Depois deste período, a jornada dupla de trabalho (profissão e lar) se torna inevitável.

A questão do sexo, que era um verdadeiro tabu no passado, passou a ser discutida de forma mais aberta e o prazer feminino foi mais valorizado. Esta mudança poderia ser altamente positiva, mas trouxe a obrigação de atingir o orgasmo em cada relação e a frustração quando isto não ocorre.

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Resumindo, atualmente as mulheres exercem uma série de papéis simultaneamente – profissional, mãe, esposa, amante, amiga, filha… Em todos estes papéis as mulheres cobram, muitas vezes, perfeição exagerada de si mesmas. Parece que hoje é desonroso uma mulher decidir que sua carreira profissional não será o que convencionamos chamar de “bem sucedida”, e buscar alternativas que disponibilizem mais tempo com a família. E pior, o complexo de culpa bate nas duas hipóteses – se a dedicação à atividade profissional for intensa e sobrar pouco tempo para a família ou vice-versa.

Nos últimos cinquenta anos, o papel das mulheres na sociedade mudou drasticamente, enquanto que o papel dos homens mudou pouco. Acredito que o verdadeiro feminismo, neste início de milênio, seja a libertação das mulheres para tomarem a decisão que desejarem, sem pressões sociais e sem sentimento de culpa. Abaixo a ditadura do sucesso profissional! Abaixo as obrigações sociais como casar e ter filhos! Cada mulher deve ser livre para tomar suas decisões de acordo com sua cabeça, sem culpa.

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Yusuf Islam, Cat Stevens e um Belo Show

A noite de sábado não foi simplesmente “Another Saturday Night”, antigo sucesso de Cat Stevens. Eu e a Claudia fomos assistir ao show de Yusuf Islam, nome adotado por Cat após sua conversão ao Islamismo, aqui em São Paulo. O início já foi incrível, Yusuf entrou no palco sozinho com seu violão e cantou “Moonshadow” do mesmo jeito dos tempos de Cat. Esta é uma das suas músicas preferidas daquela fase, porque fala da superação das limitações pessoais. A propósito qual foi a última vez que você viu sua sombra sob o luar?

Show de Yusuf no Credicard Hall em 16-11-2013

Show de Yusuf no Credicard Hall em 16-11-2013

Na sequência, ele cantou “Where do the children play?”, com a presença da sua banda a partir da metade da música. Gosto muito desta música, eu aceito e aprecio o desenvolvimento tecnológico, mas sempre tenho receio com o distanciamento das coisas mais simples e puras da vida, como fala o refrão:

I know we’ve come a long way.
We’re changin’ day to day,
But tell me, where do the children play?

Depois se sucederam vários clássicos como “I love my dog” do primeiro disco de 1966 e a verdadeira “The first cut is the deepest” da mesma época. E vieram ainda dos tempos do Cat Stevens “The Wind”, “Morning Has Broken”, “Foreigner Suite”, “Don’t Be Shy”, “Oh Very Young” e a libertária, otimista e pacifista “Peace Train”, além da “All You Need Is Love” dos Beatles. As músicas da fase Yusuf tinham a qualidade e harmonizavam com os clássicos.

Antes de falar do bis gostaria de relembrar um pouco da história do inglês Steven Demetre Georgiou que já foi Cat Stevens e agora é Yusuf Islam. Após um início fulminante de carreira, em 1969, com cerca de vinte anos de idade, contrai tuberculose, quase morre, e fica praticamente um ano internado recuperando-se da doença. Torna-se uma pessoa mais espiritualizada, suas músicas passam a falar mais de paz e harmonia. Alguns anos depois, em 1976, ele tem a experiência definitiva, após quase morrer afogado na praia de Malibu, na Califórnia, sentindo que não se salvaria, faz a promessa:

– Deus, se Você me salvar, eu trabalharei para Você!

Coincidência ou não, uma onda o levou para a praia no instante seguinte à promessa… Seu irmão lhe presenteou com uma edição traduzida do Al Corão. Ele estuda e decide se converter ao Islamismo, abandona a carreira artística e passa a se dedicar às causas humanitárias. Apenas recentemente volta a lançar discos e fazer shows.

A voz de Yusuf, aos 65 anos de idade, continua incrivelmente igual à do tempo do Cat. Talvez a abstinência de álcool e drogas tenha ajudado muito. E agora chegamos ao bis do show, quando ele interpreta dois megassucessos “Father and Son” e “Wild World”.

A história de um filho que quer sair de casa para buscar seus próprios rumos e de um pai que deseja que seu filho fique é tocante. Sempre me emociono ao ouvir a música, talvez porque consigo me identificar com os dois papéis. Música linda com uma linda interpretação!

Para finalizar de forma apoteótica, interpreta “Wild World” com palmas e coros da plateia. Foi um lindo show, de um artista que semeia paz e harmonia. Deu-me uma carga extra de equilíbrio na semana na qual estaremos de mudança para nossa nova casa em Cotia. Vou precisar…

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Vitória Vegetariana

Na semana passada, critiquei duramente o jornalismo atual, muitas vezes monocromático e óbvio. Na noite da sexta-feira passada, a Rede Globo com seu programa jornalístico, Globo Repórter, mostrou como é possível tratar uma questão polêmica de modo leve e ao mesmo tempo objetivo. O programa discutiu qual seria a melhor forma de alimentação – a vegetariana ou a onívora (onde também se consome carne). Você pode assistir alguns trechos deste programa no site oficial da emissora.

http://g1.globo.com/globo-reporter/videos/

O link abaixo apresenta a íntegra do programa.

http://www.dailymotion.com/video/x16zscz_globo-reporter-08-11-2013-caque se alimentam com rnivoros-x-vegetarianos_auto?search_algo=2#

O programa, conduzido pela repórter Mônica Teixeira, ficou centrado nos aspectos nutricionais e concluiu que os vegetarianos podem ter uma saúde melhor do que a média da população, através de uma dieta balanceada. Apenas as pessoas que se alimentam com pequenas porções diárias de carnes magras (120 gramas de peixe, ave ou carne vermelha sem gordura) apresentaram resultados semelhantes aos vegetarianos. Ou seja, carne não é essencial para a saúde e o excesso, como quase tudo na vida, prejudica!

A única ressalva ficou por conta da vitamina B12. O médico nutrólogo Eric Slywitch orientou os veganos (aqueles que não consomem nada de origem animal como leite, queijo ou ovos) a monitorarem periodicamente sua B12 e, se for o caso, tomar suplemento.

Outro ponto interessante do programa foi a apresentação de “pessoas normais” vegetarianas. No passado, havia a ideia que os vegetarianos eram lentos e amarelados. O vídeo abaixo é a propaganda de uma churrascaria nos anos 90.

Como não existe qualquer restrição nutricional em ser vegetariano, pelo contrário os vegetarianos tendem a ser na média mais saudáveis, não há mais razão para os colegas onívoros fazerem bullying nos restaurantes e cantinas durante o almoço. A mesma churrascaria fez outra campanha publicitária, seguindo a mesma linha – a “cura” vegetariana.

Propaganda de uma churrascaria

Propaganda de uma churrascaria – “Daltonismo não tem cura. Vegetarianismo sim.”

Noto que muitas pessoas já estão abstraindo conscientemente que a picanha vem de um boi, a linguiça vem de um porco e assim por diante. Desta forma, não se sentem responsáveis pela morte do animal. No Globo Repórter, algumas pessoas se mostravam envergonhadas em ter o hábito de consumir carne em excesso.

A decisão para se tornar vegetariano é motivada por vários fatores – saúde, sustentabilidade, defesa dos animais, ética. Cada vez temos mais informações de como o consumo de carne não é sustentável devido à enorme quantidade de recursos empregados na sua produção e à poluição gerada por esta atividade. Também existe a discussão cada vez mais presente sobre os maus tratos com os animais e a ética de criá-los confinados para abate. Desta forma, se existem bons motivos para se tornar vegetariano e não existem mais restrições, o número de pessoas a aderirem ao vegetarianismo crescerá cada vez mais rápido, especialmente nas novas gerações. O Globo Repórter da sexta-feira passada foi mais uma etapa vitoriosa deste processo de transformação da sociedade.

Para finalizar, assista ao humor com inteligência do canal “Porta dos Fundos” do YouTube, o garçom vegetariano.

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Jornalismo Profundo como um Pires

Qual é a função do jornalista no mundo de hoje? No passado, era muito mais difícil conseguir informações, o jornalista era a pessoa que disponibilizava notícias para a população em geral. Hoje, com a Internet cada vez mais onipresente, o tamanho do mundo encolheu. O massacre em um shopping center no Quênia é imediatamente divulgado em todos os cantos do planeta.

A divulgação de imagens também deixou de ser exclusividade de agências jornalísticas, qualquer pessoa com um celular com câmera pode filmar uma ocorrência de grande importância ou tirar uma foto digna de um Prêmio Esso ou Pulitzer. Na sequência, pode divulgar no Youtube ou através de outras redes sociais como o Twitter ou Facebook.

Ou seja, o jornalismo descritivo na era da abundância de imagens e informações perdeu terreno e importância. Os telejornais tentaram se reinventar, passaram a ter dois âncoras, normalmente uma mulher e um homem. Começaram a empregar linguagem mais informal. Os apresentadores algumas vezes trocam sorrisinhos e dizem gracinhas. Totalmente dispensável! Passaram também a ter maior participação popular, mas novamente se perderam na obviedade. O que acrescenta perguntar para uma pessoa na rua sua opinião sobre a inflação, a corrupção ou a violência? Tempo precioso perdido!

Vamos analisar dois casos recentes – a greve dos professores municipais no Rio de Janeiro e a libertação dos animais do Instituto Royal em São Paulo.

Os professores do Rio de janeiro ficaram em greve por aproximadamente 80 dias. Os meios de comunicação centraram suas matérias em dois aspectos – o prejuízo dos alunos e o vandalismo dos “black blocs”. Algumas imagens rolaram pela Internet, como a fotografia abaixo, mostrando uma grande manifestação popular no dia 7 de outubro em apoio aos professores. O governo municipal aprovou a toque de caixa um novo plano de carreira que foi rechaçado pelas lideranças da categoria. Não vi nenhum comparativo, mostrando as diferenças entre as propostas dos dois lados. Também não vi um raio X do ensino da cidade do Rio de Janeiro e um comparativo com outras capitais no Brasil e no exterior. Ou seja, ao invés de mostrar e analisar o essencial, a imprensa, de modo geral, preferiu mostrar o acessório – o vandalismo dos “black blocs”.

Manifestação em apoio aos professores cariocas em 07-10-2013.

Manifestação em apoio aos professores cariocas em 07-10-2013.

O caso da libertação de 178 cães da raça beagle do Instituto Royal segue o mesmo roteiro. Foi apresentado um grande número de vídeos com pessoas retirando os animais do local. Todos estavam sem máscaras, sem receio de serem identificados, não parecia uma ação planejada.

A grande discussão nos noticiários foi se a atuação do Instituto Royal era legal. A esta questão eu respondo que sim! A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, exige que novos remédios e ingredientes para produtos de limpeza ou alimentícios sejam testados em animais. Ou seja, as empresas têm duas opções – ou fazem os testes em animais ou não lançam os produtos. Muitos destes remédios e ingredientes já foram testados e aprovados nos seus países de origem, por exemplo, Estados Unidos ou Europa, mas a ANVISA não aceita estes resultados e exige novos testes no Brasil. Por quê? Seria um bom início a ANVISA analisar os resultados dos testes realizados o exterior, evitando-se o sacrifício inútil de milhares de vidas.

Outro ponto é o sofrimento dos animais. As declarações dos representantes do Instituto Royal afirmando que os animais não sofrem são surrealistas. São aplicados produtos químicos na pele dos animais, eles são obrigados a comer produtos de limpeza, mas não sentem dor. No caso de rações para cachorro até vivissecção é realizada para ver o efeito no sistema digestivo do animal, mas “todos os procedimentos são realizados sem sofrimento”. No final todos os animais são sacrificados e dissecados.

Cão da raça beagle resgatado no Instituto Royal.

Cão da raça beagle resgatado no Instituto Royal.

Se atualmente não existem outras formas com eficácia comprovada para substituir os testes com animais, deveria ser criado um plano para a substituição para testes in vitro com células humanas. Por exemplo, em 2018 estariam proibidos testes de produtos de limpeza e alimentícios em animais; em 2025, remédios.

Os testes com animais ficaram parcialmente desacreditados após dois casos célebres:

– os testes em animais para verificar a ligação entre tabagismo e câncer;
– a má formação de fetos devido ao consumo de talidomida durante a gravidez.

Inúmeros testes foram realizados com animais para provar a ligação entre tabagismo e câncer. Em um destes testes, camundongos ficavam numa câmara, inalando fumaça de cigarro. Centenas passaram a vida nestas condições, mas não houve aumento nos índices de câncer de pulmão. Os resultados destes testes serviram de álibi para a indústria do fumo por anos. Em 1993, o The New York Times publicou o depoimento de William Campbell, na época presidente da Philip Morris, em um processo de indenização de comissários de bordo que tiveram problemas de saúde devido à inalação de fumaça de cigarro durante voos (naquele tempo era permitido fumar a bordo dos aviões).

– O tabagismo causa câncer?
– Que eu saiba, não está provado que o cigarro provoca câncer.

– No que você se baseia?
– Me baseio no fato de que, tradicionalmente , você sabe, existem em termos científicos dificuldades relacionadas com a determinação das causas e, até este momento, não há nenhuma evidência de que os cientistas tenham conseguido produzir câncer em animais a partir de fumaça de cigarro.

Se você quiser ler a íntegra deste depoimento, basta clicar no link abaixo.

http://www.nytimes.com/1993/12/06/business/on-cigarettes-health-and-lawyers.html

O problema é que o organismo da maioria dos mamíferos, incluindo camundongos e cães, sintetiza sua própria vitamina C, um poderoso antioxidante. Nós humanos somos incapazes de fazer isto e necessitamos de fontes externas. Deste modo, os camundongos tinham uma proteção natural nos seus pulmões, o que tornava os testes inúteis para simularmos o efeito da fumaça dos cigarros nos humanos. A ligação entre câncer e tabagismo foi provada através de estatística, porque a incidência de câncer no pulmão era significativamente maior nos fumantes. A indústria do cigarro fez um acordo bilionário para indenizar as vítimas do tabagismo nos Estados Unidos.

Sessão do senado americano em 1994, onde os presidentes das 7 maiores empresas de tabaco dos EUA afirmaram sob juramento que nicotina não vicia. William Campbell está na direita da foto.

Sessão do senado americano em 1994, onde os presidentes das 7 maiores empresas de tabaco dos EUA afirmaram sob juramento que nicotina não vicia. William Campbell está na direita da foto.

No caso da talidomida, no final dos anos 50 e durante os anos 60, cerca de dez mil bebês, segundo a BBC, nasceram com má-formação após suas mães consumirem este medicamento para combater enjoos durante a gravidez. A característica mais lembrada destas crianças é a focomelia, encurtamento e deformação dos membros superiores e inferiores, como pode ser visto na foto abaixo da artista inglesa Alison Lapper.

Artista inglesa Alison Lapper pintando.

Artista inglesa Alison Lapper pintando.

Foram realizados testes com animais, mas inicialmente não foram usadas fêmeas grávidas. Com o surgimento de casos teratogênicos em humanos, reiniciaram-se os testes com animais, mas em várias espécies a má-formação do feto só aparecia em dosagens significativamente maiores (centenas a milhares de vezes) do que a dose diária ingerida por um humano.

Se você acredita que está seguro com os testes em animais, engana-se, porque muitos medicamentos que causam, por exemplo, má-formação de fetos humanos não geram efeitos em algumas espécies e nenhum animal de teste tem resultados completamente alinhados aos humanos. A prova são as advertências às gestantes que estão impressas nas bulas dos remédios.

Ao invés de mostrar insistentemente “black blocs”, queimando carros de polícia nas proximidades do Instituto Royal na cidade paulista de São Roque, a imprensa poderia estimular a discussão da validade dos testes em animais.

O jornalismo hoje deveria ser mais analítico, mostrar os diversos lados da notícia, ser plural, ao mesmo tempo não deveria ser maniqueísta. Por exemplo, ao invés de simplesmente mostrar a ação dos “black blocs”, os meios de comunicação poderiam traçar perfis sociais e psicológicos dos seus integrantes. Poderiam mostrar as raízes históricas e ideológicas do movimento no mundo. Tenho certeza que haveria discussões mais ricas e toda sociedade sairia ganhando.

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