Minha Última Morada

Já pensei algumas vezes sobre o que seria feito com meu corpo após a vida abandoná-lo. Sinceramente não gostaria que fosse colocado em um caixão para ser consumido por bactérias vorazes e, num dia, ter os ossos transferidos para uma pequena urna guardada em um jazigo por toda a eternidade.

Prefiro a cremação, após a retirada de todos os órgãos ainda úteis para outras pessoas. O problema, neste caso, seria o que fazer com as cinzas. Meu coloradismo exacerbado sugere o gramado do Beira-Rio como o depositário dos minerais que compunham minha carcaça. Duvido que a direção do clube permitisse este procedimento. Afinal quantos torcedores desejariam ter o mesmo destino? Outro ponto contrário são as superstições futebolísticas bobas. Se o time passasse a perder, seria rotulado como um morto pé-frio causador do sofrimento de toda a “Nação Vermelha”. Por outro lado, se ganhasse um campeonato importante logo no primeiro ano, teria o status de santo. Logo eu…Se construirmos alguma casa especial ou, pelo menos, encontrarmos uma, poderia ser incorporado à terra de algum canteiro. Imagina ser reciclado e virar legume, fruta ou verdura? Não acho uma boa ideia! Sempre haveria comentários do tipo:

– Esta laranja está ácida!
– Mas também, a laranjeira foi fertilizada por quem? Como poderia ser diferente?

Só não reclamem que o chuchu está sem gosto, porque aí a culpa não será minha! Resta a alternativa de virar flor, mas gerará comentários maldosos. Que eu vire então uma ávore não-frutífera ou um arbusto…

Às vezes penso que o melhor seria voltar direto para a terra e não dar trabalho para os outros fazerem a “disposição final” dos meus restos. Se algum dia este post tiver alguma importância no mundo, talvez alguém diga:

– Putz! O cara se deu mal…

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2 Comentários

Arquivado em Geral, Inter, Meio Ambiente, Psicologia

2 Respostas para “Minha Última Morada

  1. Yula

    Bah! Aqui em casa todo mundo já sabe: quero ser jogada ( as cinzas, Vicente, as cinzas!!!!! Rsrs ) da ponte Santa Trinità, em Firenze! Assim dou ( mais! ) uma alegria após a minha morte e o encarregado de me jogar ainda vai pra Toscana…

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    • Yula, esta ideia de lançar as CINZAS em um local bonito e especial, sem dúvida, é ótima, porque propicia “mais uma alegria” para as pessoas mais próximas… Vou pensar a respeito… Detestaria ficar numa urna sobre uma prateleira de um armário. Já pensou se alguém tem um surto tipo Keith Richards e resolve me cheirar (as cinzas, Yula, as cinzas!!! rsrsrs)?

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