Fiquei surpreso com o pessimismo dos comentários postados no grupo “BRASIL: VAGAS EXECUTIVAS” do site LinkedIn para o meu artigo “Rio 2016 – a Olimpíada e a Autoestima”. Não consegui entender como muitas pessoas acreditam que é inevitável que a corrupção coma boa parte do dinheiro para o Olimpíada, a educação e a saúde permaneçam com qualidade abaixo da crítica e o dinheiro para investimentos do país seja drenado apenas para obras supérfluas. Parece aquela conclusão: o que está ruim vai permanecer ruim para toda a eternidade.
Hoje ouvi uma entrevista com o economista Fábio Giambiagi para a Rádio Gaúcha de Porto Alegre sobre as perspectivas do Brasil para a década 2010-2020. Ele e Octávio de Barros acabam de organizar e lançar o livro “Brasil Pós-Crise”. Gambiagi acredita que esta será a melhor década desde os anos 80.
Além dos dois organizadores, economistas como Delfim Netto, José Roberto Afonso, Francisco Dornelles, Gustavo Loyola, José Márcio Camargo, Armando Castelar Pinheiro e Alexandre Marinis discutem as reformas que o governo terá que liderar para garantir um crescimento sustentável de 6% ao ano. Se estas reformas não forem efetivadas o crescimento estimado será de 4,7% ao ano.
Voltando à entrevista, Giambiasi disse que, em 99% dos dias, o retorno para casa dos brasileiros é frustrado por todos os problemas que a gente vê no dia-a-dia. Mas quando a gente olha para o conjunto da obra, vemos como o país avançou nos último vinte anos. A imagem que aparece claramente é de um país que aos poucos vai se firmando como uma economia que vai se consolidar. Ou seja, quando a gente olha para a árvore todos os problemas aparecem, mas quando se olha para a floresta, para o conjunto do período, notam-se os avanços. Certamente com o pré-sal, há condições de ter nos próximos anos um fator de catalisação de investimentos e progresso. O desafio é aproveitar isto da melhor forma possível.
Se o Brasil crescer 6% ao ano na próxima década, quase dobraremos nossa atual renda per capita. A educação e saúde devem ser os grandes investimentos do governo para garantir este crescimento sustentável.
Parece que muitos brasileiros estão olhando para algumas árvores (problemas) e se desiludindo com o país. O melhor é olharmos inicialmente para a floresta (conjunto da obra) para constatarmos que o país está se desenvolvendo. Depois devemos trabalhar para que fatores como educação de má qualidade, sistema de saúde deficiente, má versação de verbas e corrupção não prejudiquem o crescimento da floresta. Cabe a nós escolhermos bons representantes nos poderes executivos e legislativos e, depois, fiscalizarmos ativamente suas atuações.