História Sangrenta – A Fonte da Juventude de Perennial (Parte 4)

CONTINUANDO…

Havia duas proposições a serem votadas pela Assembleia Geral da ONU. A primeira foi levada pelo embaixador de Perennial e pedia a independência do planeta. A segunda foi elaborada pelo próprio secretário-geral e dava 24 horas para a libertação da equipe auditora presa em Perennial e renúncia de todo o conselho do planeta, sob pena de invasão pelas forças de manutenção da paz da ONU, os capacetes azuis.

O secretário-geral expôs todos os fatos ocorridos desde o desvio e contrabando de sementes da fonte da juventude, passando pelo sequestro da equipe de auditoria enviada ao planeta e chegando finalmente à barganha proposta pelo conselheiro-mor de Perennial – libertação da equipe em troca da independência do planeta.

Assembleia Geral da ONU

Assembleia Geral da ONU

Na sequência, ele pediu que o embaixador de Perennial apresentasse suas explicações. Como esperado os circunlóquios do diplomata não convenceram os demais participantes, provavelmente nem ele mesmo acreditou na sua defesa. Os discursos de outros membros da assembleia foram quentes, todos pediam punição exemplar para o conselho de Perennial e, em especial, para seu líder.

Ao ver que o ambiente estava totalmente favorável, o secretário-geral anunciou uma pausa de uma hora para que os diplomatas conversassem com seus respectivos chefes de estado e no reinício dos trabalhos as duas proposições seriam votadas.

Na volta, como já se esperava, a independência de Perennial foi rejeitada por unanimidade e o ultimato do secretário-geral foi aprovado com apenas algumas abstenções e nenhum voto contra. O conselho de segurança da ONU se reuniu na sequência e definiu a estratégia. A tropa partiria no início no início do dia seguinte. Graças a um buraco de minhoca (equivalente a dobra espacial da série “Jornada nas Estrelas”) era possível vencer os anos-luz que separam a Terra de Perennial em poucas horas. A nave espacial , “Blue Spaceship”, das forças de manutenção da paz da ONU ficaria em órbita do planeta até completar as 24 horas do prazo da resolução. Se as condições não fossem atendidas, a sede do conselho seria invadida.

Forças de manutenção da paz da ONU, os capacetes azuis.

Forças de manutenção da paz da ONU, os capacetes azuis.

Tudo foi executado, conforme o planejado. Quando faltava apenas uma hora, o secretário-geral da ONU enviou o ultimato para o conselheiro-mor e avisou a população do planeta:

– Caros irmãos de Perennial! O conselho deste planeta agiu de forma totalmente antiética – roubou, mentiu e acabou sequestrando funcionários da ONU que cumpriam missão oficial no planeta. Se dentro de uma hora, seu conselho não libertar os funcionários e renunciar pacificamente, invadiremos a sede do conselho. Não há motivos para pânico, peço que todos os cidadãos permaneçam em suas casas. Ninguém será ferido.

Óbvio que o aviso gerou uma grande correria na colônia, mas vinte minutos antes do fim do prazo as ruas estavam completamente desertas. O conselho e quase toda a equipe segurança de Perennial esperavam o desenrolar das ações no QG improvisado na floresta da fonte da juventude. Apenas dois seguranças ficaram na sede do conselho para vigiar os prisioneiros e dar o alerta da chegada dos capacetes azuis na colônia.

No horário marcado, a invasão do planeta foi iniciada, a sede do conselho foi cercada e o líder da operação exigiu que os reféns fossem libertados e todos os demais se entregassem. Os seguranças, após avisar o conselheiro-mor, libertaram todos os prisioneiros com exceção do delegado e seu assistente direto.

O líder da operação deu um prazo de 30 minutos para que os dois reféns fossem libertados, senão o prédio seria invadido. No final do prazo, os seguranças de Perennial acionaram suas armas de laser contra os capacetes azuis. Alguns soldados ficaram gravemente feridos. A porta do prédio foi arrombada pelos soldados, mas bombas incendiárias instaladas junto às portas foram acionadas e toda instalação ficou em chamas rapidamente.

O resultado foi trágico, sete mortes – três soldados capacetes azuis, dois seguranças do conselho de Perennial, o delegado da ONU e seu assistente. A Terra, que vivia um momento de paz, viu a guerra com seu horror ressurgir em uma de suas colônias espaciais.

O conselheiro-mor, ao ser informado do resultado da primeira batalha, reuniu os demais membros do conselho:

– Iremos até o fim! Mostraremos a estes canalhas que não temos medo! Quem não estiver preparado para tudo, pode sair agora.

Ninguém foi embora, vários gritaram frases de efeito, mas, no fundo, todos sabiam que dificilmente sairiam vivos daquele lugar.

O secretário-geral ficou revoltado com a notícia das mortes, em especial de seu amigo, o delegado. Suas ordens foram claras:

– A partir de agora será olho por olho, dente por dente! Descubram onde este verme está escondido e capturem-no junto com toda a sua corja. Se não for possível trazê-los vivos, não importa mais, mate-os!

A justiça não era mais importante, só a vingança…

A Execução dos Defensores de Madrid [Francisco Goya]

A Execução dos Defensores de Madrid  de Francisco Goya

CONTINUA…

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