Muitas empresas pagam generosos bônus para seus executivos com base no atingimento de metas. Acho bom remunerar os profissionais pelos resultados das empresas geridas por eles. Por outro lado, muitas vezes as metas escolhidas causam conflitos de interesses.
Duas das principais medidas financeiras que medem o desempenho de uma empresa são o ROIC e o EVA. O ROIC (Return on Invested Capital) é o retorno sobre o capital investido pela empresa. Ele é calculado através da divisão do lucro líquido (lucro operacional menos impostos) pelo capital investido (soma do capital líquido da empresa com a dívida de longo prazo). O resultado desta operação é um percentual que será comparado com a taxa de remuneração do capital desejado pela empresa.
ROIC = ( Lucro Operacional Líquido – Impostos ) / (Capital Investido)
Outra forma de medir o desempenho da empresa é o EVA (Economic Value Added). Ele é calculado através da diferença entre o lucro líquido e a remuneração esperada sobre o capital investido.
EVA = (Lucro Operacional Líquido – Impostos) – (Custo do Capital × Capital Investido)
Como vocês já perceberam, se o capital investido da empresa aumentar, tanto o ROIC, quanto o EVA, diminuirão. Assim se a empresa investir em novas fábricas ou novos equipamentos, o capital investido crescerá e as duas medidas de desempenho serão reduzidas.
Agora você está na pele do CEO de uma empresa e seu objetivo é atingir ROIC de 10% ou EVA de R$ 10 milhões. Se atingir este resultado, o executivo receberá um polpudo bônus. Por outro lado, se ele aceitar aprovar excelentes investimentos que gerarão caixa e lucros para a empresa pelos próximos dez anos, as medidas de ROIC e EVA diminuirão e as metas talvez não sejam atingidas.
O que este CEO fará? Ele pensará nos seu próprio benefício ou agirá para beneficiar a empresa? Mas o pior mesmo é quando balanços e demonstrações de resultados são “fajutados” para atingir as metas…