Outro dia, estava lendo alguns artigos em um grupo de discussão do LinkedIn. Havia um artigo com alguns comentários negativos sobre como fazer avaliação de desempenho. Basicamente colocavam que o autor disse apenas o óbvio e que jamais contratariam a sua consultoria. O responsável pela postagem do vídeo ficou indignado com os comentários e teve uma reação forte. Fiquei curioso e cliquei no link. Era um pequeno vídeo de cinco minutos no qual um consultor de RH falava sobre a importância, os cuidados e a preparação para uma avaliação de desempenho.
Na verdade, não havia nenhuma novidade na fala do consultor, mas se todos se preocupassem com aquelas obviedades comentadas por ele no vídeo, certamente o ambiente nas empresas seria muito melhor. Por que não gostamos do óbvio e vamos atrás do complexo e do sofisticado? Soluções complexas mostram nossa inteligência e a dependência da empresa em relação ao nosso conhecimento. Afinal todos entendem as soluções simples e acham que também poderiam tê-las encontrado.
Um pequeno livro que trata deste assunto é Adams Óbvio de Robert R. Updegraff. O autor escreveu o conto sobre um publicitário em 1916. Você pode pensar que um livro de quase cem anos deve estar completamente ultrapassado, mas a sua mensagem permanece atual.
Não devemos confundir o óbvio com o simplório. O óbvio praticado por Adams era resultado de observação atenta e análise detalhada, não era um simples chute ou o exercício de “achologia”.
O autor, vários anos após a publicação, reconheceu que existiam barreiras para a implantação de soluções óbvias, porque “o óbvio tende a ser tão simples e comum, que não tem apelo à imaginação”. Ele desenvolveu cinco maneiras para testar ideias e verificar se são realmente óbvias:
- A solução, quando encontrada, será óbvia!
- Esta solução é compatível com a natureza humana?
- É fácil colocar a ideia no papel?
- Ela “explode” na cabeça das pessoas?
- Devemos reconhecer o momento certo de implementar a ideia!
Quem não teve estas experiências de “explosões” mentais ao termos uma ideia deste tipo? Realmente é uma sensação ótima! Pensamos “como não tivemos esta ideia antes”? Por outro lado, devemos cuidar para não cairmos na armadilha de nos apaixonarmos pela solução do problema antes de analisá-la com a profundidade necessária.
O livro pode ser encontrado em inglês na Amazon, entretanto existe uma versão traduzida para o português e para baixá-la basta clicar neste link.
Mais um belo artigo! Já o livro Adams Óbvio e se encaixa corretamente em sua fala. Muitos gestores atuais estão se esqucendo que a base da criatividade está nos alicerces básicos da obviedade. Como dizem lá em Minas: Estão a passar os carros na frente dos bois.
Abraços.
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Rubens,
Grato pelo comentário!
Fazer o óbvio muitas vezes não é fácil. Exige disciplina e abertura para aceitar ideias e ponto de vistas dos outros.
O pior é quando se “passa os carros na frente dos bois”, porque soluções são definidas antes de analisar os problemas. Escrevi um post sobre estes casos.
Abraço,
Vicente
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