Há pouco de um mês, todos funcionários do Brasil da área da empresa em que trabalho fizeram o teste MBTI (Myers-Briggs Type Indicator). O teste foi criado por Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers, com base nas teorias de Carl Jung sobre os Tipos Psicológicos.
O primeiro ponto do teste refere-se à atitude, a pessoa pode ser introvertida (I) ou extrovertida (E). A pergunta para determinar a sua classificação é simples:
– Como você recarrega suas baterias, sozinho ou com os amigos?
Os introvertidos precisam de um tempo sozinhos e são voltados para as ideias e pensamentos, enquanto os extrovertidos são voltados para a ação, não aguentam ficar parados sem fazer alguma coisa. Quanto mais introvertida, menos sociável será a pessoa. Por outro lado, as pessoas muito extrovertidas são aquelas que se sentem em casa até numa reunião com desconhecidos.
O próximo ponto tem a ver com a forma que enxergamos e interpretamos o mundo. A pessoa pode ser sensorial (S) ou intuitiva (N). Se você é sensorial, acreditará naquilo que vê e escuta ou em fatos e dados concretos. Os intuitivos interpretam os dados de acordo com seus valores e crenças, procuram enxergar o que está por trás dos fatos.
A próxima função diz respeito à forma como nossas decisões são tomadas. Se você usa a lógica e a razão, então é racional (T de Thinking), mas se você decide com base no sentimento, será sentimental (F de Feeling). O sentimental preocupa-se com o impacto da decisão nos outros. Quanto mais racional for a pessoa, menos sensível ela será ao sofrimento dos outros.
Katharine Briggs e Isabel Myers introduziram mais uma dimensão. A pessoa pode ser julgadora (J), se ficar confortável apenas quando as decisões são tomadas, ou perceptiva (P), se ficar tranquila com opções em aberto. Os julgadores são mais organizados, planejam melhor, mas não gostam de mudanças de última hora. Os perceptivos são mais adaptáveis e preferem mudanças ao invés de um ambiente estável,
O quadro abaixo resume as quatro dimensões e suas dicotomias.
Combinando estas quatro dimensões com suas dicotomias, teremos 16 tipos de personalidades, conforme a figura abaixo.
No meu grupo de trabalho, composto por nove pessoas, há sete tipos diferentes de personalidade. Sem dúvida, é uma belíssima diversidade… O importante de fazer este exercício juntos é reconhecer que somos diferentes, recarregamos as baterias de forma diferente, vemos o mundo de forma diferente, tomamos decisões de forma diferente e ficamos mais ou menos confortáveis com as mudanças. O tipo de personalidade não faz um profissional ser melhor ou pior, apenas diferente. A reunião de profissionais com tipos diferentes de personalidade pode trazer efeitos sinergéticos e evitar aquele consenso fácil que pode empurrar o grupo para um abismo.
Um ponto importante é que os tipos de personalidade não são estáticos. Muitas pessoas, por exigências profissionais, agem muitas vezes de forma diferente no trabalho do que na vida privada. Existe necessidade de decidir de forma mais racional (com base em dados e fatos) do que no feeling, ou trabalhar de forma mais planejada e estruturada do que improvisada.
Com o passar do tempo, nós também podemos ficar mais ou menos introvertidos, podemos confiar mais em nossa intuição e precisar de menos dados que apoiem nossas decisões.
É fundamental perceber que muitos conflitos entre irmãos, pais e filhos e casais, por exemplo, são causados por estas diferenças de personalidade. Muitas vezes esperamos dos outros a mesma resposta que nós mesmos daríamos, mas somos diferentes. Reconhecer estas diferenças aliviam as tensões e nos reaproximam da felicidade.
Para descontrair, veja como seriam as orações de cada tipo de personalidade.