Guardei a mala e a mochila no bagageiro sobre meu assento no avião. Tirei o tênis e coloquei aquela meia que vem no nécessaire das companhias aéreas. Acomodei-me na poltrona e resolvi conferir quais eram as opções disponíveis de filmes. Escolhi “Captain Phillips” como primeiro filme da noite, esperando mais uma convincente atuação de Tom Hanks. A surpresa ficou com seu antagonista no filme, o somali Barkhad Abdi.
Antes de o filme começar, passou um comercial do Bank of Singapore. Você pode assisti-lo abaixo.
Realmente, não há nada mais precioso em nossas vidas do que os relacionamentos que mantemos com as pessoas ao nosso redor, mas não é fácil se dar conta disto. Enquanto a moça da Columbia Pictures aparecia com aquela pose de Estátua da Liberdade, eu cheguei a uma importante conclusão:
– Eu sou um homem rico!
Mais importante do que casas, apartamentos, automóveis e investimentos que pudessem fazer parte do meu patrimônio, tenho três filhos e uma esposa que amo muito e que me amam. Todo o dia tenho uma troca intensa com eles e a cada reencontro parece que tudo se renova, me sinto feliz!
No ano passado, fiz um curso sobre finanças no INSEAD da França. A primeira parte do curso poderia ser resumida em três frases simples em inglês:
Cash is king!
Time is queen!
Risk matters!
Ou seja, o caixa é o rei, o tempo é a rainha e o risco importa. Os investidores procuram projetos que tornem o fluxo de caixa da empresa mais positivo do que projetos apenas lucrativos. Manter o fluxo de caixa positivo conserva a saúde da empresa. O tempo é importante, porque, ao comparar diferentes projetos, devemos trazer suas contribuições ao caixa da empresa para o tempo presente, para o dia de hoje. Finalmente, sempre que investimos em alguma coisa, olhamos para o retorno e para o risco associados ao investimento.
Paradoxalmente, pela minha nova definição de homem rico, o caixa deve estar sempre praticamente zerado. Devemos retornar tudo o que recebemos o mais rápido possível. Isto não significa que os fluxos de entrada e saída sejam pequenos, pelo contrário devemos circular grandes volumes de amor, carinho e compreensão. Vamos ser mais perdulários do que a caricata figura do “rei do camarote”, mas ao invés de focar nos bens materiais, vamos prestar atenção aos sentimentos.
Para finalizar, lembro-me de um presente que meu filho Léo me deu há um bom tempo, o saco do carinho. Estava escrito assim:
– Carinho – quanto mais se dá, mais se tem!
Este parece um daqueles círculos virtuosos. Quanto mais a gente dá e demonstra afeto, mais recebe, mais feliz e autoconfiante fica, mais a gente dá, mais recebe…
Como eu apresentei antes, a nova lógica é sempre devolver, no mínimo, tudo o que se recebeu e nosso “caixa” ficará zerado, mas nossos corações ficarão cada vez mais plenos em felicidade e alegria.
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