Tenho fama de estar sempre de bom humor, mas quem convive mais diretamente comigo sabe que isto não é verdade. Tenho meus momentos de rabugice, aliás, supervalorizados pelos meus irmãos, mas não sou como os personagens vividos por Walter Matthau!
No ano passado, li uma reportagem sobre o inglês Malcolm Myatt, ele sofreu um AVC há dez anos. Depois de meses de tratamento hospitalar e fisioterapia, Malcolm recuperou-se fisicamente, mas algumas coisas mudaram. Sua memória recente foi afetada, ele recorda-se perfeitamente do que ocorreu há vinte anos, mas não se lembra dos acontecimentos da semana passada. A habilidade de comportar-se de acordo com a situação também foi irreversivelmente prejudicada, agora ele sempre diz o que pensa, gerando às vezes embaraços. E, acima de tudo, ele não sente mais tristeza, passa os dias rindo de tudo.
Sua esposa Kath teve que adaptar-se a esta nova rotina, admite que as questões da memória e da inconveniência causam alguns problemas, mas, em relação às risadas do marido, sua avaliação é totalmente diferente:
– Ele é muito infantil agora. Quando ele começa a rir, todo mundo na sala ri também. Ele alegra qualquer ambiente, todo mundo sente falta quando ele não está.
A palavra “infantil” é muito importante na resposta da esposa de Malcolm. As crianças riem de tudo e têm o assombro da descoberta. Nós adultos temos vergonha de ter estes comportamentos. Afinal quem já não ouviu a expressão:
– Já está na hora de ser mais sério!
O que quer dizer “ser mais sério”? Perder o bom humor? Ser carrancudo?
Assista ao vídeo abaixo e comprove como rir é contagioso.
A neurociência explica que temos os chamados “neurônios espelho”, localizados em duas áreas do cérebro, uma das quais é envolvida diretamente no desenvolvimento da linguagem, onde a repetição é muito útil. Voltando para as risadas, o que seria melhor ver as pessoas imitando rabugices ou gostosas gargalhadas?
Vamos seguir aquela expressão “sorria e o mundo inteiro vai sorrir com você”!