Quando as Lágrimas do Filho do Mineiro Chileno se Misturaram às Minhas

Não foi em nenhuma novela da Globo ou da Record, nem em filmes lançados no cinema, que veio a cena mais comovente de 2010. O choro incontido do menino de sete anos, ao ver seu pai ser retirado do interior da mina no deserto de Atacama, me levou às lágrimas.

Quantas vezes, durante aqueles dezessete dias de total isolamento dos mineiros soterrados, falaram para o garoto que ele não veria mais o pai. Ou disseram para ele se conformar ou que deveria rezar, porque o seu papai estava no Ceu? Naquele momento inesquecível, seu pai “morto” foi devolvido para ele vivo e com saúde. Já pensaram na sensação deste momento?

E o pai, junto com os demais trinta e dois companheiros, estava preso e condenado à morte, sem perspectivas naqueles dezessete dias iniciais. Como reagiu a esta dramática situação? Será que, como na Caverna de Platão, se conformou com seu novo mundo ou deixou de acreditar em Deus? Ou fez um balanço da sua vida? Imagina se ele pensou que deveria ter abraçado mais as pessoas que amava e dito isto para elas…

Eu tenho acesso a quase todas as pessoas que amo. Será que eu digo o suficiente que as amo? Eu não creio! Escrevo este texto “preso” dentro de um avião e em quinze minutos estarei “livre” em Porto Alegre. Poderia dizer com maior frequência:

– Júlia e Léo amo vocês meus filhos!

– Cláudia, minha esposa, te amo!

– Mãe, eu te amo!

– Dinda e Dindo, amo vocês!

– Flávia e Fábio, meus manos, eu também amo vocês!

Pai, não tenho mais oportunidade de dizer o mesmo para ti. Acho que disse menos vezes do que deveria…

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2 Comentários

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2 Respostas para “Quando as Lágrimas do Filho do Mineiro Chileno se Misturaram às Minhas

  1. Sim, e muitas e muitas vezes nos esquecemos de dizer o quanto as pessoas são importantes para nós, até que perdemos… vou correndo dizer para os meus amados. Abraços.

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  2. Claudia

    Também te amo… muito…

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