Ontem eu e a Cláudia assistimos no Telecine ao filme baseado na vida da ex-prostituta brasileira Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, estrelado pela bela Deborah Secco.
No início do filme, ela é uma adolescente que vive com os pais e estuda em um bom colégio, mas comete delitos em casa como roubo de dinheiro e das joias da mãe. Foge de casa e resolve ganhar a vida na prostituição. Começa a gostar dessa vida e, aparentemente, não se importa em se relacionar sexualmente com homens jovens ou velhos, gordos ou magros. Começa a se envolver com drogas e é expulsa do local onde trabalha. Aluga um apartamento de alto nível, monta um blog, que a torna famosa, vê o número de clientes e os lucros aumentarem. Ao mesmo tempo, aumenta o envolvimento com drogas, o que a leva à decadência. Chega ao fundo do poço quando passa a trabalhar na rua e depois num prostíbulo que cobra R$ 20,00 por programa. Quase morre de overdose e é ajudada por um cliente apaixonado por ela. Ele propõe uma nova vida melhor, mas ela rejeita. Volta ao apartamento e cria uma meta de fazer 800 programas e, depois disto, iniciar uma nova vida.
Não serei moralista e condenar a temática do filme, mas achei o filme em si chato e fraco. O número de cenas onde a Deborah Secco aparece em programas com clientes é excessiva. Se o objetivo foi mostrar que ela não recusava ninguém, então foi atingido, mas quase não sobrou tempo para discutir outros aspectos da vida como garota de programa, como violência e exploração.
Fiquei impressionado com a mensagem final que o filme passa. Se você é jovem e bonita, estiver precisando de dinheiro, ganhar a vida como garota de programa é uma opção. Como a personagem fala num certo momento, ela ganhava mais do muitas médicas e advogadas. Em outro momento, ela diz uma frase boba sobre acreditar e perseguir os sonhos. No caso, quais seriam estes sonhos? No filme nada é mencionado. E, no final, ela larga as drogas e decide fazer mais 800 programas antes de mudar de vida. Ou seja, você pode se prostituir, mas não se envolva com drogas.
Não li, nem tenho planos para ler, o livro autobiográfico da Raquel Pacheco, “O Doce Veneno do Escorpião”, talvez estas questões sejam apresentadas no livro, mas no filme nada foi visto. Apenas uma vida sem propósitos é mostrada até com certo glamour…